Após os bloqueios em rodovias federais, os caminhoneiros de Mato Grosso devem discutir a implantação de uma tabela de preço mínimo para fretes no estado com o governo. Um encontro com entidades do agronegócio foi marcado para a próxima segunda-feira (23), segundo o representante da categoria, Gilson Baitaca. O protesto, contra a queda do preço do frete e o aumento do diesel, durou cinco dias e acabou nesta quarta-feira (18).
De acordo com o governo, a implantação da tabela que regula o preço do frete no estado é inconstitucional.
Para Baitaca, a reunião significa um avanço nas negociações. “Sentaremos com entidades representativas do agronegócio, que tem interesse que o nosso setor não quebre”, disse.
Segundo ele, além da tabela com o preço do frete outras questões devem ser discutidas, como o pagamento de vale pedágio e vale estadia aos motoristas.
Segundo o vice-governador, Carlos Fávaro (PSD), que representa o governo na negociação, a tabela é inconstitucional. "Há uma inconstitucionalidade para estabelecer esta tabela. No entanto, o que podemos fazer é buscar uma alternativa", afirmou.
Bloqueios
Os trechos que estavam interditados na BR-364 ficam em Rondonópolis, Diamantino e Alto Garças. A BR-070 tinha dois pontos de bloqueio, em Primavera do Leste e Barra do Garças, assim como a BR-163, com interdições em Nova Mutum e Matupá.
Os atos dos caminhoneiros eram realizados nos quilômetros 201, 206, 610 e 060 da BR-364; 593 e 1033 em Nova Mutum e Matupá; e 283 e 005 em Primavera do Leste e Barra do Garças.
Os trechos foram liberados após uma reunião. no encontro foi definido o reajuste do preço do frete na rota entre os municípios de Lucas do Rio Verde e Rondonópolis, a 360 km e 218 km de Cuiabá, respectivamente. O valor deve subir de R$ 75 para R$ 98 por tonelada transportada.
Conforme a PRF, os bloqueios eram feitos por integrantes do Movimento dos Transportadores de Carga (MTG), que cobram a implantação de uma tabela mínima nos valores dos fretes.
Os caminhoneiros também manifestam apoio ao Projeto de Lei 528, que tramita na Câmara Federal, e prevê a criação da Política de Preços Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas, a qual deve estabelecer um custo mínimo para o frete.