Motoristas alegam falta de fiscalização para o não cumprimento da tabela criada pelo governo federal após a greve dos caminhoneiros de maio. Sindicato diz que 14 denúncias foram enviadas à ANTT.
Motoristas da região de Campinas (SP) reclamam que, por falta de fiscalização, empresas não estão cumprindo o pagamento do frete mínimo, estipulado pelo governo federal após reivindicação dos caminhoneiros durante a paralisação de maio deste ano. De acordo com o Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga, 14 denúncias foram formalizadas à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
"Se não cumprir o frete mínimo, não tem como trabalhar né. Não sobra nada. Melhor ficar parado", destaca o caminhoneiro Márcio Vicentini.
As dificuldades da profissão, com custos altos de manutenção, fizeram Agostinho de Oliveira vender o caminhão. Agora trabalhando com uma picape, ele tinha a expectativa de melhoras por conta da tabela de frete mínimo, mas conta que as empresas não respeitam.
Oliveira mostra que um frete de Campinas (SP) para Catalão (GO) deveria custar R$ 1.157,97 segundo a tabela. "Eu fui para lá por R$ 800, e eles falam assim. 'Se você não quiser, eu posso baratear porque tem outros que vão por menos ainda'", relata.
Presidente do sindicato da categoria, Benedito Pantalhão informa que uma 15ª denúncia da região está sendo preparada para envio à ANTT.
"Quando o motorista vem aqui, a gente dá toda a orientação jurídica para ele sobre o caso. Caso ele queira, ele traz toda a documentação. A gente orienta ele e monta o processo, e encaminha para a ANTT", explica Pantalhão.
Com a tabela de frete mínimo, os valores são estipulados de acordo com os quilômetros rodados, número de eixos e tipo de carga.
Em nota, a ANTT informou que a fiscalização é realizada por comandos nas rodovias, fiscalizações nas empresas e que também recebe denúncias por meio da ouvidoria. Mas, nesse caso, o caminhoneiro precisa enviar os documentos que comprovem o descumprimento do acordo.