Greve nacional
A decisão de Fux acirra ainda mais os ânimos dos caminhoneiros, que já estavam descontentes com o descumprimento da tabela de frete e a falta de punição pela ANTT. Alguns profissionais, inclusive, já tinham começado a articular em grupos de WhatsApp uma nova paralisação para o dia 22 de janeiro. Após a liminar de Fux, o movimento quer antecipar a greve para 10 de dezembro, a próxima segunda-feira.
Bruno Tagliari, uma das lideranças dos caminhoneiros no Sul do país, disse que a resposta dos caminhoneiros será à altura. ‘Já estamos nos articulando.”
Ramiro Cruz, outro líder dos caminhoneiros, se mostrou indignado com a decisão. “Por mim, parava tudo agora”, disse por WhatsApp. “O governo brinca com o único setor que liga todos os outros e cuja mais alta instância do Judiciário envergonha diariamente seu povo.”
Para Ivar Luiz Schmidt, porta-voz do Comando Nacional do Transporte, a decisão mostra que a tabela do frete não é solução para o problema dos caminhoneiros. “Acho que é o momento de o setor se conscientizar de que o piso mínimo é realmente inconstitucional e partir para a melhor solução, que é o cumprimento da jornada de trabalho.”
Como alternativa à tabela de frete, Schmidt defende a regulamentação da lei que estipula uma jornada máxima de trabalho dos caminhoneiros. “Nenhuma outra solução será tão eficaz e definitiva quanto essa. A lei já existe, já está sancionada e publicada. Basta o governo fazer cumprir.”Pela lei, a jornada dos motoristas profissionais é de oito horas diárias, sendo permitidas até duas horas extras. Em caso de medida acertada em convenção ou acordo coletivo, o total de horas extras pode subir para quatro por dia.