Caminhoneiros aguardam em "chiqueirinho" na fronteira

Publicado em
08 de Novembro de 2013
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Condições de trabalho para os motoristas na Bolívia e no Chile não diferem das do Brasil

Nelson Bortolin

Ficar dias parados em locais inadequados não é exclusividade dos caminhoneiros do Brasil. Na Bolívia e no Chile, conforme constatou a Revista Carga Pesada, a situação não é diferente. O brasileiro Jonas Pereira de Lima costuma levar minério de Corumbá para a Bolívia. A reportagem conversou com ele no dia 27 de outubro, na fronteira. “Quando é rápido, ficamos aqui um dia inteiro ou dois, só para conseguir entrar na Bolívia. Se a gente cair no canal vermelho, e toda a mercadoria tiver de ser conferida, podemos ficar até oito dias”, reclama.

O local onde os motoristas esperam foi apelidado de chiqueirinho. Tem poeira na seca e lama na chuva. Só existe um banheiro. “Se tem água, a gente consegue tomar banho”, diz Jonas. Para comer, o jeito é caminhar até o lado brasileiro, onde a comida “é boa”.

Jonas Pereira de Lima

Jonas Pereira de Lima

Para entrar no Chile, a demora não é tão grande, segundo o caminhoneiro boliviano Juan Carlos Ulgor . “De um a dois dias”, informa. O problema ali é não ter o que comer. O Chile é bastante rigoroso com a entrada de alimentos em seu território. “Não podemos trazer nada para comer porque teríamos de deixar com os guardas”, conta.

Não há restaurante por perto e não é possível, segundo Ulgor, tomar banho no banheiro da alfândega. “As autoridades precisam pensar numa solução. É desumano o que fazem com a gente.”

As entrevistas com os dois estradeiros foram feitas durante a Expedição organização pelos transportadores de Mato Grosso do Sul ao Pacífico, realizada no final de setembro e início de outubro. Clique aqui para ler mais.

 

 

Juan Carlos Ulgor

Juan Carlos Ulgor

 

O "chiqueirinho" da Bolívia

O “chiqueirinho” da Bolívia

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