Caminhões ficarão menores no futuro

Publicado em
24 de Outubro de 2019
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Toneladas e toneladas de carga acomodadas em um caminhão da maior dimensão possível: este é o padrão de otimização do transporte atual. Mas Håkan Schildt, vice-presidente de soluções autônomas da Scania, projeta que esta dinâmica tenha data para acabar com a chegada de veículos conectados e autônomos. “Os modelos tendem a ficar menores”, diz o executivo, que participou do Congresso SAE Brasil, que aconteceu entre 15 e 17 de outubro dentro da Fenatran, em São Paulo.

O especialista diz que o atual sistema de transporte de carga em longas distâncias é centrado no motorista, organizado com uma série de paradas para descanso do condutor, carga e descarga.

“Para ter rentabilidade, precisamos de caminhões enormes que rodem em sua maior capacidade de carga, o que não é a configuração mais eficiente que podemos ter”.

Schildt lembra que ao longo do tempo os veículos foram ficando mais longos para atender a esta necessidade de transportar grandes volumes para garantir alguma margem de lucro. “Só paramos de alongar as carretas porque surgiram legislações. Isso prejudica a aerodinâmica e aumenta o consumo de combustível.”

Ele calcula que, nesta equação, o motorista, o combustível e o veículo contribuam, cada um, com um terço do custo do transporte – cenário que tende a mudar bastante nos próximos anos. “Com caminhões autônomos, eletrificados e conectados, poderemos de fato planejar o transporte da forma mais eficiente. Isso muda o jogo”, diz. A aposta do executivo é que as novas tecnologias permitirão que o sistema de transporte seja completamente repensado.

“Fazemos tudo do mesmo jeito há anos sem nos perguntar o porquê”, diz.

O cenário traçado por Schildt é de que os caminhões fiquem menores e, assim, possam se deslocar mais rapidamente de um ponto a outro, sem tantas paradas de carga e descarga. Sem a força de trabalho humana, o custo cai consideravelmente, impulsionando a rentabilidade dos transportadores.

Em paralelo, a conectividade vai garantir mais precisão na gestão da frota e até na rodagem do veículo em modo mais econômico, enquanto o investimento em combustível tende a diminuir com o avanço da eletrificação. Uma abstração tecnológica promissora - e talvez não tão distante.

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