A Câmara dos Deputados travou a tramitação do projeto, até que o Ministro da Infraestrutura e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deem informações mais detalhadas sobre o projeto, na ordem orçamentária e também concorrencial.
João Batista Dominici, presidente da Logispesa - Associação Brasileira de Logística Pesada lamenta a decisão da Câmara. Para ele o projeto BR do Mar é fundamental para o país, inclusive para o transporte de cargas de projeto, que hoje sofre com o péssimo estado de conservação das rodovias, centenas de pontes com limitação de capacidade portante, órgãos rodoviários desestruturados, custos elevados com pedágio e outras tarifas, para não falar da dificuldade de obtenção de AET's.
Outra vantagem, para Dominici, do Projeto BR do Mar é a redução de custos é para quem precisa transportar cargas, não ter que se preocupar com o excesso de regulamentação e de exigências que sufocam o transporte rodoviário de cargas, como Vale-Pedágio, RNTRC/ANTT, Piso Mínimo de Frete, CIOT e outras.
Algumas lideranças acham que o projeto pode prejudicar os caminhoneiros, principalmente autônomos. Afirmam que o projeto pode reduzir a disponibilidade de cargas de longa distância em até 40% para os autônomos.
Para Junior, do Sindicam de Ourinhos-SP, o projeto vai beneficiar os caminhoneiros, principalmente devido ao aumento da oferta de cargas para os portos e dos portos para os destinos finais das mercadorias.
“Apesar do crescimento da cabotagem nos últimos anos, esse transporte tem potencial para crescer ainda mais, perto de 30% ao ano. Com o programa BR do Mar, vamos equilibrar a matriz de transporte, nos libertar de determinadas amarras, aumentando o uso de embarcações afretadas, reduzindo custos e burocracia, além de aumentar a oferta e incentivar a concorrência”, explicou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
Redução de custos
O principal ponto a favor do projeto BR do Mar é o ganho em eficiência logística e a redução de custos do transporte de longas distâncias no Brasil, hoje realizado principalmente por carretas.
Apesar disso, para os caminhoneiros, o projeto pode não trazer prejuízos, já que ainda haverá uma grande oferta de cargas entre os locais de produção e os portos, e dos portos para os destinos finais das cargas.
Isso faria com que os caminhões fizessem viagens menores, com menor tempo entre cada uma das entregas, e também com menor tempo longe de casa.