Cai investimento em rodovias de São Paulo

Publicado em
15 de Julho de 2015
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Os investimentos do governo do Estado de São Paulo nas rodovias diminuíram neste ano em decorrência da queda na arrecadação. No início do ano, eram realizadas obras de expansão e duplicação de estradas que demandavam do Estado cerca de R$ 200 milhões por mês. O DER (Departamento de Estradas de Rodagem), porém, pediu para as empresas reduzirem os cronogramas das obras para que o governo conseguisse realizar os pagamentos. Desde então, os valores mensais caíram para cerca de R$ 50 milhões, segundo o Sinicesp (Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo).

"O pagamento é feito conforme o cronograma, e houve uma redução drástica nos cronogramas", diz Helcio Farias, executivo da entidade. Mesmo com a diminuição no ritmo das obras, o Estado não tem conseguido pagar as companhias em dia. Aproximadamente R$ 70 milhões (devidos a 60 empresas) estão atrasados há mais de 30 dias. Os trabalhos de manutenção das rodovias também são reembolsados fora do prazo desde o começo do ano.
O setor de construção pesada enfrenta dificuldades com a crise. Nos 12 meses encerrados em maio, 14,4 mil vagas foram fechadas no Estado. Hoje, são 103,4 mil empregados.

O DER afirmou, por nota, que os pagamentos atrasados serão realizados nesta semana e que "implementou a adequação do cronograma de obras, realizadas com recurso do Tesouro do Estado, tendo em vista a atual disponibilidade orçamentária." Segundo o órgão, em 2015 foram iniciadas 25 obras com aporte de R$ 842 milhões.

Reforma na carteira
A indústria nacional de materiais de construção reduziu em 4% o quadro de empregados em abril deste ano, na comparação com o mesmo período de 2014, segundo estudo da FGV encomendado pela Abramat (que representa o setor). Foram demitidas cerca de 35 mil pessoas no período. Em abril de 2015, a indústria somava 828,4 mil postos de empregos formais. Somente no Estado de São Paulo, houve uma diminuição de 15 mil vagas. A retração foi superior à média nacional, com 5,8%.

Os desligamentos são reflexo do baixo desempenho dos mercados imobiliário e de infraestrutura. "As pessoas estão inseguras para comprar ou reformar um imóvel e as empresas postergam a construção de shoppings e edifícios, enquanto as obras de infraestrutura estão paralisadas", diz Walter Cover, presidente da entidade. No primeiro semestre de 2015, as vendas de materiais para construtoras caíram 10%, em relação ao mesmo período de 2014.

Segmentos como de instalações elétricas, cerâmicas e acabamentos tiveram reflexos mais tênues, por causa da entrega de imóveis que começaram a ser construídos em 2013.
"O volume de empregos deve continuar caindo até o final do ano, a menos que haja uma reversão total nesse cenário", diz Cover.

-0,7% foi a variação no número de empregos no país em abril deste ano ante o mês anterior
50% é a participação do varejo no volume de vendas do setor
239,9 mil era o número de funcionários da indústria no Estado de São Paulo em abril deste ano
29% é a participação de São Paulo no quadro nacional de funcionários

Teoria da negociação
Disciplinas voltadas para negociação são cada vez mais valorizadas nos MBAs. Elas ajudam a refletir sobre competências e facilitam negociações mais complexas, segundo o professor Auro Ronda, do Insper. A prática vale não apenas quando há conflitos, mas também quando o foco é ganhar clientes. "É preciso conhecer bem o cliente, começar com o que ele quer e ter uma comunicação específica para cada um", diz Priscila Bala, consultora na área, formada em Yale.

"A maioria das pessoas iniciam a negociação achando que sabe o que o outro lado quer, sem verificar ao certo. Comece com o que é comum às duas partes, de maneira cordial e amigável."
Para Ronda, "as partes têm um processo de audição seletivo. Só dizem o que convém e ouvem o que lhes interessa. Essa terceira pessoa melhora algumas barreiras de comunicação no processo." A cultura da empresa é um dos temas abordados em sala de aula, como, por exemplo, a diferença de comportamento entre executivos de companhias americanas e japonesas, segundo Ronda.

"Para os Estados Unidos, tempo é dinheiro, enquanto para o Japão, tempo é sabedoria. Se a pessoa for inexperiente e não entender esse contexto, poderá se precipitar ou perder o 'timing'." Quanto menor a empresa, segundo o professor, mais é preciso entender o perfil da pessoa com quem será feita a negociação. "Se for uma grande companhia, é necessário entender a cultura dessa empresa, pois a personalidade do negociador não terá tanta influência na tomada de decisão."

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