BRs: cresce número de acidentes e mortes, e diminui a fiscalização

Publicado em
24 de Setembro de 2010
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Não para de crescer o número de acidentes e de mortes nas rodovias federais que cortam o Estado. Somente desde última quarta-feira, quatro pessoas morreram nas BRs, três delas em um acidente na BR 262, em Domingos Martins, envolvendo um caminhão com produtos químicos. Neste ano, nos seis primeiros meses, foram registrados 3.739 acidentes e 162 mortes, números superiores ao do ano passado.

Em contrapartida, a quantidade de policiais rodoviários federais só cai. "Éramos aproximadamente 300 há cerca de 16 anos, e hoje somos 202 policiais. A fiscalização fica prejudicada. Se houvesse mais radares nas vias, seria mais fácil monitorar as imprudências", diz o inspetor Emanuel Oliveira, chefe do Núcleo de Comunicação da PRF.

Fica difícil, inclusive, conter os acidentes. Desde 2004, a Polícia Rodoviária Federal vem registrando o aumento constante de vítimas, ano após ano. Morreram 44 pessoas a mais, entre janeiro e junho deste ano, se comparado a 2009. Há seis anos, foram registradas 187 mortes durante 12 meses.

"Se há mais carros nas ruas, com vias mais bem cuidadas e sinalizadas, as pessoas tendem a correr mais e a abusar mais no trânsito. Não adianta: a maioria dos acidentes é causada pela irresponsabilidade do condutor", frisa o inspetor Oliveira.

Mas o aumento no número de mortes registradas pela PRF, neste ano, também tem outro motivo. "São mais acidentes, sim, e consequentemente mais vítimas. Mas mudamos a metodologia que usamos. Agora, também registramos as mortes que não aconteceram no local do acidente. Antes de fechar a ocorrência constatamos a situação da vítima com o hospital para onde foi socorrida. Quase a metade no aumento de mortes veio com a mudança da metodologia", diz o inspetor.

Segundo ele, é quase impossível combater o aumento de acidentes sem haver mudança na infraestrutura das vias. "As rodovias precisam ser duplicadas, com redução no excesso de curvas. Nossas BRs são ultrapassadas, pensadas para um trânsito das décadas de 1950 e 1960. E pensar que, nos últimos nove anos, a frota veicular cresceu 72%, em média. Se há mais carros, em vias velhas, há mais acidentes", conclui Oliveira.

As estatísticas - Primeiro semestre 2010: acidentes: 3.729. Mortes: 162.

2009: acidentes: 3.217. Mortes: 118

Anos anteriores. 2009: 6.746 acidentes e 222 mortes

2008: 6.381 acidentes, e 208 mortes

2007: 6.261 acidentes, 219 mortes

2006: 5.783 acidentes, e 211 mortes

2005: 5.347 acidentes, e 194 mortes

2004: 4.870 acidentes, e 187 mortes

Veículos de transporte de produtos perigosos. Acidentes. 2009: 9. 2010: 11 (até 22/09). Mortes. 2009: 2. 2010: 3 (até 22/09)

Trechos mais perigosos: BR 262, 101 Sul e 101 Norte (de Serra a João Neiva): há muitas curvas sinuosas (fechadas) e o traçado dessas vias é inadequado

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