Brasil tem 59 mil km de rodovias federais em estado crítico

Publicado em
21 de Setembro de 2017
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Pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) divulgada nesta quinta-feira (10/8) mostra que o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer no que se refere a condições das rodovias federais. Segundo o levantamento, dos 103.259 quilômetros de estradas pavimentadas do país, 57,3% estão em situação precária, ou 59.167 quilômetros foram classificados como regular, ruim ou péssimas condições. O estudo não faz comparação com o indicador do ano passado.

A situação é problemática, pois impacta diretamente nos custos dos transportadores e pior, oferece risco à vida dos usuários. O número de pontos críticos, aqueles com crateras na pista, quedas de barreiras ou erosões, aumentou de 2015 para 2016 – passando de 327 para 414 ocorrências.

E o dinheiro público investido nas estradas cresceu (veja abaixo). “Desses [pontos críticos], 230 e 304, respectivamente, são trechos com buracos grandes”, aponta o estudo. “Entre as falhas identificadas pela pesquisa, aquelas encontradas no pavimento elevam o custo operacional do transporte de cargas em 24,9%”, acrescentaram os técnicos.

A análise de condições regionais não teve alteração significativa do quadro. O Sudeste continua tendo a melhor malha rodoviária do Brasil, conforme a CNT. De forma geral, 55,4% da extensão das estradas da região foram classificadas como ótimas ou boas. Já o norte do país tem a menor proporção de rodovias nessa situação – apenas 23,4% delas foram avaliadas como ótimas ou boas.

Investimentos

Ainda de acordo com o levantamento, o governo brasileiro aumentou o valor aplicado na malha rodoviária no ano passado. Ao todo, as estradas sob administração da União absorveram R$ 8,6 bilhões, valor R$ 2,6 bilhões superior aos R$ 5,95 bilhões do ano anterior. O dinheiro, no entanto, não foi direcionado à expansão das vias e sim às obras de manutenção e recuperação. Maior parte dos recursos (64,3%) com estas operações, o equivalente a R$ 5,5 bilhões.

No caso das empresas concessionárias, o investimento ficou praticamente estagnado entre 2015 e 2016 – cresceu para R$ 6,75 bilhões, contra R$ 6,66 bilhões. “Esse resultado se deve, além da crise econômica (provocou redução no movimento de cargas e queda na receita nos pedágios), às já referidas dificuldades enfrentadas pelas novas concessionárias. Entre elas, merece destaque aquela relacionada ao financiamento das obras físicas devido às mudanças na política econômica governamental (e principalmente do BNDES)”, diz um trecho do relatório.

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