Brasil: economia favorece frota maior

Publicado em
17 de Junho de 2010
compartilhe em:

Um País fortalecido no pós-crise. É esta análise que pauta muitos setores da economia em relação às perspectivas de negócios para os próximos anos.

A consideração também é válida para o segmento de frotas corporativas, conforme revelou a primeira mostra de resultados do CVO (Corporate Vehicle Observatory), elaborado pela Avarl, empresa especializada em gestão de veículos leves no setor.

A pesquisa, realizada pela primeira vez no Brasil, explora perspectivas internacionais do mercado de frotas automotivas. O objetivo do estudo é oferecer uma visão geral das principais tendências no mercado.

Foram entrevistadas no estudo 4.200 empresas. Dessas, 99 possuem menos de dez funcionários, 80 têm entre dez e 99 colaboradores; 78 têm entre 100 e 499; e 67 contam com 500 ou mais empregados.

Embora o País não tenha enfrentado grandes impactos negativos em razão da condição precária da economia mundial no último ano, o levantamento apontou que 70% da frota corporativa no mercado nacional deixou de ser renovada.

No entanto, o levantamento indica que neste ano a frota não será apenas atualizada, mas crescerá. Nos próximos três anos, as empresas com até dez empregados devem ampliar em 33% o número de veículos; já nas que têm até 99, o volume crescerá em 25%; nas companhias com até 499 funcionários 18% e nas maiores 23%.

De acordo com a análise, no Brasil, 60% da frota corporativa é utilizada para transportar mercadoria com peso menor que 3,5 toneladas; os veículos também são utilizados para serviços de manutenção, gerais e pós-venda, são destinados para operacional e vendas e consagrados como carros de incentivo - destinado aos colaboradores como parte de política de compensação da empresa.

Sérgio Vale, economista da MB Associados, diz que "nos próximos cinco anos o potencial de crescimento do Brasil é extremamente forte". Segundo ele, neste ano o Brasil terá o maior PIB das últimas três décadas, o que acarretará em um processo de retração em 2011, já que para o executivo ainda é inviável pensar em um crescimento da ordem de 7% ao ano para o País. "Não temos condições de chegar ainda a essa taxa de crescimento, como a China, porque não temos o patamar de investimentos necessários", observa.

Além da perspectiva favorável de crescimento, o setor automotivo também apresenta o respaldo positivo do Governo Federal. De acordo com Roberto Fonseca, presidente da Arval, o setor automotivo apenas superou a crise em razão da grande oferta de crédito para a aquisição de veículos, prazo estendido para o financiamento e redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

Métodos de financiamento

Três fatores são cruciais para a empresa na tomada de decisão sobre novas aquisições de veículos: custo total por quilômetro (TCO), renda mensal e valor de compra do carro. No Brasil, 49% do setor opta por adquirir seus veículos por meio do leasing financeiro, outros 42% preferem a compra à vista e apenas 6% optam pelo crédito e 2% ao leasing operacional.

Segundo a Arval, apenas uma questão pode dificultar as estimativas do setor: a lenta recuperação da economia europeia diante da crise. O economista da MB afirma que 70% da oferta no mercado interno é disponibilizada pela Europa, onde a crise ainda apresenta impactos negativos."Por isso, em 2011, o crédito pode ser escasso no Brasil", observa.

Apesar disso, o segmento de frotas corporativas se baseia em outras vantagens para viabilizar o crescimento pretendido. No geral, o estudo indica que a otimização da frota deve ser pautada em uma visão global dos custos.

Hoje, a locação de automóveis apresenta uma vantagem muito positiva, alerta o presidente da Arval. Conforme declarou, as empresas preferem locar, ao invés de comprar, em razão do uso variado que pode obter com o veículo. É mais vantajoso ter um automóvel por algum tempo que vai suprir a necessidade da empresa que ter um carro que será usado esporadicamente, ressalta o executivo.

Fonseca diz que, além disso, ainda há a questão da desvalorização. "Hoje ao passar dos anos, o valor de propriedade do veículo cai muito". No mais, a empresa aposta que a otimização da frota no País também deve se pautar na terceirização de serviços, como indicadores de comportamento dos condutores, rastreador, GPS, relatório cartão combustível, telemetria de dados, relatório de emissão de CO2 e sinistralidade, tecnologias que devem caminhar juntas quando se trata de gestão corporativa.

Para a Arval, o Brasil é um mercado em potencial. A empresa informou que investirá R$ 400 milhões no País nos próximos três anos. Em dez anos, espera contabilizar em sua frota 150 mil carros; hoje, conta com seis mil veículos.

Boletim Informativo Guia do TRC
Dicas, novidades e guias de transporte direto em sua caixa de entrada.