Brasil é o nono país que mais atrai investimentos em energia renovável

Publicado em
19 de Junho de 2012
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’Enquanto o setor de energia eólica no Brasil enfrenta desafios, a área de energia solar passa por um momento de crescimento graças a novas regulações, financiamento favorável e um número crescente de projetos’, afirma a consultoria Ernst & Young (E&Y), em um comunicado à imprensa.

Por esse motivo, o Brasil manteve a nona posição no ranking elaborado pela consultoria sobre os países mais atraentes para receber investimentos em energia renovável.

Praticamente, não houve mudanças no índices em relação ao anterior. A mudança mais significativa foi a entrada do Japão entre as dez nações mais atraentes para investimento. O país asiático saltou da 13ª para a 10ª posição.

China e Estados Unidos encabeçam a lista, em 1º e 2º lugar, respectivamente. A Alemanha vem em 3º, seguida por Índia, Itália, Reino Unido, França e Canadá, nesta ordem.

De acordo com o comunicado da Ernst & Young, o setor de energia solar teve um impulso no primeiro trimestre de 2012. Com nova regulamentação, prevista para ser implementada ainda este ano, as concessionárias serão elegíveis a um desconto de 80% em impostos pagos para distribuir eletricidade gerada pelo sol. Além disso, já foi anunciado que projetos da área poderão recorrer a empréstimos com taxas mais baixas que as normais.

Por outro lado, o setor de energia eólica no Brasil - que vinha sendo responsável pela atratividade de investimentos no setor - teve uma queda no índice elaborado pela multinacional de auditoria e consultoria. O motivo foram as indicações de adiamento, feitas no início do ano, de quase todos os projetos de até 1 GW assegurados no leilão do ano passado. Em 2012, diversos leilões previstos para acontecer já foram remarcados.

’Apesar dos obstáculos no setor eólico - que acreditamos ser passageiro -, o Brasil continua extremamente atraente para investimentos em energias renováveis’, avalia Luiz Claudio Campos, sócio de Transações da Ernst & Young Terco, segundo comunicado.

’Ao mesmo tempo em que o país perdeu uma posição no ranking de energia eólica, ele subiu um lugar no de energia solar, o que mostra que estamos preparados para desenvolver todas as modalidades.’

Cenário global

Em todo o mundo, os fluxos de investimentos em energias limpas caíram no primeiro trimestre de 2012 e o resultado do período foi o mais fraco desde 2009. A previsão de curto e médio prazo para o setor é pessimista, já que os problemas de dívida soberana na Zona do Euro e a crescente competição imposta por fabricantes asiáticos devem continuar como o centro das preocupações de políticos europeus. Além disso, o crescimento do gás de xisto e a resistência política à extensão de benefícios fiscais ainda representam desafios para o mercado dos EUA. No entanto, há boas razões para otimismo no longo prazo.

O relatório da Ernst & Young atribui pontos para o mercado de energia, infraestrutura de energia renovável e sua adequação para tecnologias individuais em 40 países.

China

Embora os cinco primeiros colocados continuem os mesmos do trimestre anterior, todos perderam pontos no ranking atual.

’O crescimento do setor de energia eólica na China continua sufocado por um acesso insuficiente aos grids de conexão, enquanto um cenário de desacelaração parece ter retornado aos EUA como resultado de incertezas sobre a expiração de programas de incentivo. Na Alemanha e na Itália, cortes de tarifa e desafios relacionados aos grids de conexão de energia têm reduzido a atratividade no curto prazo, enquanto o fim de um importante benefício fiscal na Índia deve prejudicar o crescimento do setor eólico neste ano’, afirma Ben Warren, sócio líder de Energia e Meio Ambiente. ’Por outro lado, diversos países, incluindo México e Chile, anunciaram novos objetivos em geração de energia limpa ou reafirmaram o apoio do governo por meio de incentivo.’

Fusões e aquisições

No mundo, transações estimadas em US$ 21,7 bilhões foram completadas no primeiro trimestre do ano, representando um aumento de 41% em relação ao mesmo período de 2011.

Para o mercado de IPOs, o trimestre foi o mais fraco para o setor de energias renováveis desde o segundo trimestre de 2009, com aproximadamente US$ 14,3 bilhões levantados em 157 aberturas de capital - queda de aproximadamente 69% na comparação com o primeiro trimestre de 2010. Novos ativos financeiros também caíram fortemente, prejudicados por uma oscilação do apoio político e por uma continuada falta de liquidez no mercado de ’project financing’, resultando em apenas US$ 24,2 bilhões no período. A cifra representa uma queda de 30% na comparação com o trimestre anterior e queda de 7% na comparação com o mesmo período de 2011.

Custos em alta

Para analisar o impacto sobre os negócios, a Ernst & Young conduziu uma pesquisa global com 100 companhias que valem US$ 1 bilhão ou mais e operam em setores de energia intensiva para identificar seus desafios estratégicos. Segundo levantamento, 38% dos entrevistados esperam que os custos de energia cresçam 15% ou mais nos próximos cinco anos e aponta que eficiência energética, aumento do uso de energias renováveis e sistemas de autogeração são os temas que dominam as discussões corporativas.

Enquanto reduzir custos de energia por meio de medidas de eficiência é geralmente o principal objetivo de uma estratégia energética, uma série de outras metas também está direcionando as decisões, como: segurança, redução de carbono, estabilidade de preços, adequação regulatória e aspectos de reputação.

Em um momento em que grandes corporações têm o desafio de transformação para uma economia de baixas emissões de carbono e eficiência no uso de recursos, uma variedade de tecnologias está sendo usada para atingir objetivos de eficiência, incluindo gestão de demanda energética (47%), construção de sistemas de gestão de energia (20%), eficiência energética de iluminação (18%) e automação predial (18%).

Além disso, 41% dos entrevistados relataram gerar alguma forma de energia renovável com recursos da companhia ou controlados por ela, como solar, eólica ou bioenergia. Porém, essa prática ainda não é amplamente usada. Apenas 11% dos participantes da pesquisa disseram que a energia limpa responde por mais de 5% do total de produção de energia de sua companhia.

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