Após reunião com o SMABC (Sindicato dos Metalúrgicos do ABC), o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) confirmou que não deve emprestar dinheiro para a Caoa para a compra da fábrica da Ford de São Bernardo. A instituição afirmou que aportar verba para aquisições não faz parte da política do banco. Apesar disso, o sindicato disse que deve conversar com as duas empresas (Ford e Caoa), que continuam em negociações.
O presidente da entidade representante dos trabalhadores, Wagner Santana, o Wagnão, afirmou que o empréstimo do BNDES só pode ser feito após a compra da unidade, para possíveis reformas, por exemplo.
“O aporte pode ser feito para renovação da unidade, área de engenharia, inovação e estruturação de fábrica, por exemplo. E eles continuavam abertos para esse tipo de investimento se a Caoa comprar a unidade de São Bernardo”, destacou o sindicalista. Segundo ele, por causa desse entrave, não houve oficialização de pedido de empréstimo pela Caoa.
O sindicalista discorreu que não saiu decepcionado, já que houve esclarecimento por parte do BNDES. Ele afirmou que a entidade pretende se reunir com a Ford e a Caoa, mesmo que separadamente. “Nenhuma das partes deu por encerradas as conversas e o que a gente espera é que elas cheguem a um acordo. A Ford tinha nos prometido que faria todos os esforços para que essa negociação tivesse sucesso”, relembrou Wagnão.
A produção de caminhões da fábrica da Ford em São Bernardo, no bairro Taboão, foi encerrada no dia 30 com o desligamento dos últimos 650 funcionários do chão de fábrica. Na data, a norte-americana confirmou que as tratativas com a Caoa continuavam.
As dúvidas em relação ao BNDES surgiram após o secretário da Fazenda e do Planejamento do Estado de São Paulo, Henrique Meirelles (MDB), dizer que a Caoa não tinha conseguido o financiamento. A instituição se posicionou na época informando que não houve formalização de nenhuma proposta de financiamento e que a Caoa não possui operação com o banco.
O encontro aconteceu ontem, por videoconferência, em São Paulo. Além de Wagnão, também participaram o superintendente de área industrial do BNDES, Marcos Rossi Martins, o dirigente do sindicato Adalto de Oliveira, o Sapinho, e o presidente do TID Brasil (Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento), Rafael Marques.
O BNDES declarou que não ia comentar sobre o encontro.