Ontem, o Banco do Nordeste assinou contratos da ordem de R$ 1,33 bilhão para parques solares
Banco do Nordeste do Brasil (BNB) já disponibilizou mais de R$ 6 bilhões em recursos para geração de energias renováveis. O valor representa quase a metade dos R$ 13 bilhões do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) voltado para infraestrutura, o FNE Infraestrutura, lançado em abril. Até o fim do ano, a expectativa é que os financiamentos cheguem a R$ 10 bilhões. Ontem, foram assinados mais três contratos, somando R$ 1,33 bilhão, para a instalação de três grandes parques geradores de energia, sendo dois deles no Ceará.
Com a Enel Green Power Brasil Participações, subsidiária de energia renovável da Enel, o acordo de financiamento foi firmado em R$ 678,7 milhões, para implantação de três parques de energia fotovoltaica. Os empreendimentos, com capacidade total instalada de 553 megawatts, estão localizados nos municípios baianos de Bom Jesus da Lapa e Tabocas do Brejo Velho, e em Ribeira do Piauí (PI). A contrapartida da empresa italiana será de US$ 585 milhões. O conjunto forma o maior parque fotovoltaico do País.
Já a usina de geração de energia fotovoltaica Apodi, das empresas norueguesas Scatec Solar e Statoil, e da brasileira Kroma Energia, receberá R$ 477,4 milhões do BNB, através do financiamento. O consórcio empresarial complementará o investimento com R$ 187,4 milhões em recursos próprios. O equipamento, capaz de gerar 132 megawatts, ficará em Quixeré, região do Vale do Jaguaribe, no Ceará.
O terceiro contrato foi assinado com a CPFL Renováveis, para o financiamento das usinas eólicas Pedra Cheirosa I e II. Foram R$ 170,1 milhões do FNE com R$ 76,1 milhões de recursos próprios. O equipamento, instalado em Itarema, a 237 quilômetros de Fortaleza, conta com 48,3 megawatts de capacidade de geração.
Potencial
"O Nordeste é uma região que tem potencial enorme de cada vez contribuir mais no Brasil, na geração de energia limpa. Isso é muito importante. (Esse investimento) reafirma esse compromisso e essa capacidade que o banco tem de financiar energia limpa. Energia eólica no Brasil praticamente existe porque o Nordeste e o Banco do Nordeste foram os primeiros a apoiar esses projetos. E queremos replicar essa história de sucesso da eólica na solar", disse o presidente do BNB, Marcos Holanda.
O superintendente de negócios de atacado e governo do Banco do Nordeste, Helton Chagas Mendes, também exaltou a capacidade de produção energética no Nordeste, afirmando que "é interessante dizer que a matriz de geração de energia do Nordeste está dando exemplo para o Brasil".