Bahia envia equipamentos eólicos pelo porto de Salvador

Publicado em
27 de Abril de 2016
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  • Agora, o Tecon passa a ter movimentação de saída de equipamentos eólicos produzidos no estado - Foto: Divulgação

    Agora, o Tecon passa a ter movimentação de saída de equipamentos eólicos produzidos no estado

A empresa espanhola Acciona Windpower faz nesta terça-feira, 26, no Terminal de Contêineres do Porto de Salvador (Tecon), o embarque de 16 kits de naceles e hubs, peças de aerogeradores produzidas pela companhia em Simões Filho. Os equipamentos seguem para parques eólicos do Rio Grande do Sul.

"É a primeira vez que registramos movimentação de saída de equipamentos do setor produzidos na Bahia, pois até então a movimentação no Tecon foi só de chegada de peças para composição dos parques na Bahia", explica o diretor do Tecon Demir Lourenço.

O estado da Bahia hoje é destaque não apenas na produção de equipamentos, como também na geração de energia por meio da força dos ventos.

Produção na Bahia

Segundo dados divulgados este mês pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Bahia passou a ocupar a segunda posição em produção de energia eólica, com 63 usinas em operação e mais de 1,58 GW ultrapassando o Rio Grande do Sul que, apesar de ter 67 usinas em operação, produz 1,55 GW. O primeiro lugar continua com o Rio Grande do Norte, com 97 usinas e 2,67 GW de potência instalada.

Com a pujança da cadeia da energia eólica no estado, tanto na fabricação dos equipamentos em Simões Filho e Camaçari; quanto na implantação de parques de geração de energia, na Chapada Diamantina, o segmento tem sido um dos motivadores dos investimentos em alta tecnologia pelo Tecon.

O Terminal já adquiriu até três guindastes elétricos (RTGs) fabricados na China, para empilhamento de contêineres. Cada equipamento custou US$ 1,6 milhão e deve entrar em operação até o primeiro semestre do ano que vem. De acordo com Demir Lourenço, o setor tem garantido não apenas novos investimentos, como assegurado empregos no segmento de movimentação e transporte de cargas.

"No Tecon, por exemplo, tivemos que investir em capacitação de pessoal e adequação da infraestrutura para atender as especificações das cargas de grandes dimensões", frisou. Apenas no caso dos equipamentos a serem embarcados hoje, cada hub pesa mais de 33 toneladas e a nacele, aproximadamente, 111 toneladas.

Além da Acciona, estão entre os clientes do terminal baiano as empresas Siemens, Gamesa e Alstom/GE, que estariam cada vez mais adeptas ao transporte por meio de navios do que em rodovias. No estado, ainda produzem peças para aerogeradores empresas como  Torrebras e Tecsis.

Cabotagem torna operação mais segura para setor

“O uso da cabotagem (navegação entre portos de um mesmo país) torna a operação mais segura para o setor. O modal ainda diminui o tempo de exposição da carga (de alto valor agregado) nas rodovias, contribuindo para desafogar as vias”, afirma o Tecon em material de divulgação sobre as vantagens do transporte.  Ressalta ainda que “se fossem transportados pela rodovia, cada caminhão carregaria uma peça por vez, devido ao volume e peso”.

Leilão

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) habilitou 802 projetos para o leilão de energia renovável, previsto para a próxima sexta-feira. No certame, será contratada energia elétrica para ser fornecida a partir de 2021. Ao todo serão 29.628 megawatts de capacidade instalada ofertados de variadas fontes, sendo a principal a eólica, com 17.131 MW oriundos de 693 projetos.

246 projetos

De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética, a Bahia continua concentrando uma grande quantidade de oferta de empreendimentos de energia eólica, somando 246 projetos com capacidade total instalada de 5.979 MW. Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), a instalação de parques eólicos tem alcançado um crescimento médio de 40% ao ano no país, num ritmo que deve ser mantido por, pelo menos, mais dez anos.

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