Aumenta em 14,5% a venda de caminhões em 2011

Publicado em
05 de Dezembro de 2011
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Prestes a sofrer um aumento de até 15% em seus preços no começo de 2012, os caminhões têm forte alta nas vendas neste ano. No acumulado de janeiro a outubro, o volume de veículos negociados cresceu 14,5% em relação ao mesmo período de 2010, atingindo 143,6 mil unidades, de acordo com a Fenabrave – Federação Nacional de Distribuidores de veículos Automotores, e a expectativa é de que o mercado termine o ano com aumento próximo de 18% sobre 2010, somando pouco mais de 185 mil veículos.

O movimento de “pré-compra” está sendo motivado por uma resolução do Conama - Conselho Nacional do Meio Ambiente que passa a valer em 2012 e determina a atualização da produção nacional de veículos pesados ao padrão chamado Euro 5, que prevê níveis menores de emissão de poluentes. A partir de 1.º de janeiro, as montadoras do país só poderão produzir caminhões que respeitem as normas desse padrão, com tecnologias que devem encarecer entre 7% e 15% o preço final dos caminhões.

Além disso, também em janeiro chega ao fim a isenção que o governo federal havia promovido no IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados para os caminhões, que voltarão a pagar a alíquota de 5%. Daí que a antecipação de compras, que hoje garante a felicidade de montadoras e concessionárias, pode se transformar em retração de mercado no ano que vem – quando os preços estarão maiores e a demanda, reduzida.

Fila por caminhão pesado nas revendas e nos portos (Fonte: DCI) 
 
Para atender à demanda recorde da safra agrícola brasileira, a venda de caminhões extrapesados ganha espaço e cresce na faixa de dois dígitos, o que anima empresas especializadas na revenda de caminhões, como a Iveco, subsidiária da Fiat. A empresa projeta seguir o fortalecimento do agronegócio e abrir 40 lojas, chegando a 140 concessionárias até 2015. Por outro lado, os portos devem novamente ver forte expansão de filas de caminhões por causa dos recordes de embarques e desembarques de mercadorias. Logo, a previsão é que 2012 ainda seja um ano de gargalos e de filas. "Esse tipo de caminhão [extrapesado] aumenta a flexibilidade do transporte, já que busca os produtos em cidades que tenham ferrovias e de lá traz para cooperativas ou faz escoamento direto para o porto", explica Alcides Cavalcanti, diretor-comercial da Iveco no Brasil, que prevê vender este ano 10% mais veículos desse porte do que no mesmo período do ano passado.

Por outro lado, Osvaldo Agripino de Castro Jr., consultor portuário, adverte que em 2012 haverá filas de caminhões e navios se nada for feito a respeito do acesso a estes complexos portuários. "Hoje em dia sai mais caro o frete rodoviário da Região Centro-Oeste ao Porto de Paranaguá do que o frete marítimo de Paranaguá a países da Ásia, o que é um absurdo", acusa. Enquanto isso, os portos trabalham de maneira incessante. Os de Santos, Paranaguá e Antonina viram, de janeiro a outubro deste ano, uma movimentação recorde de cargas. Em Santos, houve aumento de 8,8% das importações, um crescimento excepcional do complexo. 

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