Estado geral de 81,9% das rodovias concedidas foi avaliado como Ótimo e Bom
Mais uma vez a pesquisa técnica sobre rodovias divulgada pela Confederação Nacional de Transporte indicou que as 21 melhores rodovias brasileiras são concedidas à administração privada. Divulgado no dia 17 de outubro, o ranking com 109 ligações rodoviárias indicou avaliação superior das rodovias concedidas em relação às que são administradas pelo poder público.
A pesquisa da CNT avaliou um total de 107.161 quilômetros de rodovias, dos quais 19.598 quilômetros estão concedidos. "Em mais um ano o estudo confirma que estamos no caminho certo para a consolidação do processo de concessão de rodovias", afirma César Borges, Presidente Executivo da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias – ABCR. "Porém, ainda há muito a ser realizado na malha rodoviária brasileira, que pode ser melhorada com a participação da iniciativa privada", conclui.
No ano de 2018, foram avaliados pelo estudo 87.563 km (81,7%) de rodovias sob gestão pública e 19.598 km (18,3%) de rodovias concedidas. Segundo os dados, as rodovias concedidas à iniciativa privada tiveram melhoria de 7,5 pontos percentuais entre 2017 e 2018. No total, 81,9% do estado geral dessas vias foi classificado como ótimo ou bom, sendo que, no ano passado, esse índice foi de 74,4%. Em números gerais, as rodovias sob gestão concedida apresentaram 16.071 km avaliados classificados como Ótimo ou Bom no Estado Geral. Essa situação é bem diferente quando consideradas as rodovias sob gestão pública, onde o percentual de rodovias classificadas como Ótimo ou Bom no Estado Geral chega a 34,2% (30.010 km).
Potencial Privado de Investimentos
O estudo indicou ainda uma queda drástica na redução dos investimentos públicos federais a partir de 2014, que levou a um agravamento da situação das rodovias. Em 2011, os investimentos públicos federais em infraestrutura rodoviária foram de R$ 11,21 bilhões; em 2016, o volume investido praticamente retrocedeu ao nível de 2008, caindo para R$ 8,61 bilhões. Hoje em dia, para se ter uma ideia, o prejuízo com os acidentes é maior que os recursos destinados às rodovias. Em 2017, o governo federal autorizou R$ 8,31 bilhões para as intervenções de infraestrutura rodoviária, sendo que o custo dos acidentes, em 2017, foi de R$ 10,8 bilhões.
A pesquisa vem mostrando ano a ano que o investimento público está bem distante do que a infraestrutura de transporte precisa. O presidente da CNT, Clésio Andrade, ressalta a importância da participação da iniciativa privada para a construção e manutenção das rodovias brasileiras. "Não temos dúvidas de que o poder público precisa reconhecer a importância da iniciativa privada e chamar os investidores para serem protagonistas dessa empreitada. A viabilização dos investimentos privados, com a garantia de segurança jurídica e propostas atrativas de parceria, deve ser sempre priorizada", acredita Andrade.
A opinião é a mesma de César Borges. "As concessionárias de rodovias participantes desta etapa estão preparadas para investir imediatamente cerca de R$ 20 bilhões se tais dificuldades forem equacionadas", informa o presidente da ABCR. "Desde 1995, o setor de concessão de rodovias federais, estaduais e municipais já investiu R$ 97 bilhões em melhorias e manutenção das rodovias, sendo R$ 6,8 bilhões em 2017. Anualmente, gera cerca de 47 mil empregos", complementa ele.