Artigo: Os 5 maiores desafios das frotas comerciais*

Publicado em
12 de Setembro de 2014
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Como já disse Thomas Friedman, o mundo é plano. E uma das conseqüências da globalização é o crescimento exponencial nos transportes. Mas não só em nível internacional: dentro de um pais ou de uma cidade, a questão da mobilidade – de mercadorias ou de prestadores de serviços – é um fator critico para o sucesso de uma corporação e também para a qualidade de vida dos trabalhadores e cidadãos. A gestão de frotas está, portanto, no cerne da competitividade empresarial e também da boa prestação de serviços públicos. E que enfrenta desafios igualmente importantes.

O primeiro deles, obviamente, é a redução de custos. A boa notícia aqui é que um trabalho profissional de gestão de frotas permite um corte de cerca de 20% nas despesas. E mesmo diante da contínua pressão por mais economia, é possível apresentar melhorias graças ao maior controle e conhecimento dos detalhes do que se passa com a frota, o que permite intervenções pontuais certeiras, seja na manutenção ou na definição de rotas, apenas para citar alguns itens.

O segundo desafio, fortemente atrelado ao primeiro, é a questão do custo dos combustíveis. Frotas leves modernas tendem a ser flex, gerando a constante necessidade de definir o melhor combustível a utilizar. Já existem fórmulas que nos permitem calcular quando o etanol deixa de ser competitivo. Mas elas não incluem o fator ambiental – as emissões dos gases causadores do efeito estufa – que é o terceiro maior desafio dos gestores de frotas. Embora o mercado oficial de créditos de carbono esteja estagnado, crescem as iniciativas voluntárias, mantendo a substituição dos combustíveis fósseis por alternativas mais verdes como uma medida interessante também do ponto de vista econômico.

Mas a questão dos combustíveis vai além do tipo de líquido que é colocado no tanque. Sua economia passa tanto pela gestão da frota como sistema, ou seja, pela definição eficiente de rotas para reduzir sua ociosidade e o tempo em cada operação, e como indivíduos, ou seja, analisando o comportamento um a um de cada veículo. Nesse ponto, a busca pela redução de custos com combustíveis atende também o quarto desafio, que é combater uma depreciação excessiva do ativo. Como o avanço tecnológico torna a idade da frota em fator crucial para a economia das operações, sua renovação precisa estar constantemente nos planos da empresa.

O custo alto deste investimento não permite dispensar o potencial de amortização que se encontra no valor da atual frota: quanto melhor seu estado de conservação, melhor o valor da revenda. E se a manutenção é fator-chave aqui, sozinha, ela não dá conta do recado: imagine dezenas, centenas de veículos dirigidos por vários perfis de personalidade - mais calmo, mais agressivo, mais apressado, mais confiante que o acaso irá nos proteger. Cada um terá um desgaste diferente, alguns acima do esperado. É a gestão profissionalizada da frota que permite conhecê-los, mediante relatórios de gestão e, consequentemente, treiná-los adequadamente.

Ainda no quesito renovação, os relatórios de gestão podem ser peça fundamental na decisão pelos novos modelos a serem adquiridos. Veículos menores consomem menos combustível, por isso tendem a ser cogitados na hora da renovação. Porém dados sobre rotas, quantidade de viagens e de manutenções poderão indicar uma eventual sobrecarga que, ao longo da operação, implica em despesas indiretas maiores.

O quinto desafio – e certamente o mais importante - é a segurança dos motoristas. Além da questão humanitária, a redução na taxa de acidentes afeta o tempo de inatividade e as despesas da operação. Baixar a taxa de acidentes ajuda também a obter melhores taxas de seguro e aumentar as franquias. Os programas de segurança das empresas beneficiam-se muito dos relatórios de gestão por meio dos quais é possível identificar padrões de comportamento dos motoristas e das rotas.

São grandes e importantes desafios, mas todos podem ser superados mediante o controle e a informação propiciados por uma gestão profissionalizada. Estamos falando de uma atividade sofisticada e baseada em muita tecnologia. Mas não podia ser diferente, já que estamos falando daquilo que, literalmente, move a economia em todo o mundo.

(*) Ricardo Albregard é presidente da AGEV - Associação de Gestão de Despesas de Veículos

 

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