Os custos logísticos são representativos para todas as organizações. A maneira mais eficiente de medi-los é totaliza-los e transforma-los em um percentual sobre o valor da mercadoria. As singularidades surgem imediatamente: o que é armazenagem, transporte e administração, taxas e impostos.
Organizações que produzem uma linha diversificada de produtos arcam com a complexidade de armazenar múltiplos itens.
Quantidade e diversidade se somam às características de cada item, como embalagem, acondicionamento, temperatura, prazo de validade, identificação, dentre tantos fatores.
Os desafios logísticos incluem resolver as questões de localização dos armazéns de produtos acabados questionando os dilemas clássicos de estar mais próximo dos mercados consumidores ou de estar junto às linhas de produção.
Manter produtos disponíveis para consumo de determinado período de forma a dar conta de atender qualquer venda ou ter um estoque básico e vender apenas mediante a capacidade de produção reduzindo os custos de armazenagem.
Acrescente-se aos problemas tradicionais a questão de realizar essas atividades com os recursos próprios ou faze-lo através de terceiros, como é o caso dos operadores logísticos que desenvolvem capacidade de tratar essas questões de maneira especializada, porém com custos que devem ser incorporados a essas atividades de estoque, inventário, impostos e muitas outras questões típicas desse trabalho.
Não há unanimidade quanto às vantagens de fazer tudo dentro da própria organização ou de terceirizar parte dessas atividades e conforme as estratégias de cada organização essas equações se tornam mais variáveis e complexas.
Nas duas ou três décadas precedentes havia uma tendência mundial em terceirizar estoques de matérias primas e também de produtos acabados.
O exame dos processos indicou que as particularidades de cada organização são muito mais representativas do que se supunha.
As cadeias globais, onde os produtos são fabricados em diferentes locais e estes podem estar distantes em países diferentes, com diferentes legislações, custos e prazos, para indicar apenas o que é mais visível.
Produzir, armazenar, distribuir são componentes indissociáveis do ciclo de vendas e do próprio modelo econômico existente.
Seria impensável há poucos anos estabelecer entregas “no mesmo dia” (same day delivery) pelo menos não para tal quantidade de itens, como calçados, roupas, eletro eletrônicos além de alimentação, medicamentos e cosméticos.
Pois essa modalidade se estabeleceu no rastro de demandas cada vez mais “just in time” das compras por impulso, dos atraentes negócios do e-commerce, das mídias sociais e do poder das imagens de TV e dos smartphones.
Quanto mais nos aproximamos dos casos reais (de venda e entrega em prazos curtos), mais podemos avaliar a complexidade existente para atender a essas demandas.
No site de venda de produtos alimentícios (www.igormet.com) onde se pode comprar “on line” milhares de produtos para satisfazer os mais exigentes consumidores, ficam comprovadas as teorias de que as estratégias logísticas são a verdadeira força do negócio.
Esse site, com poucas exceções, entrega em, praticamente qualquer lugar dos Estados Unidos em horas ou poucos dias.
Não existe loja física capaz de oferecer tal variedade de queijos, 800 tipos) de mais de 36 países diferentes) frutas, vegetais, manteigas, geleias e tudo o que a imaginação permitir.
Uma estrutura como essa é viabilizada pelos milhões de consumidores existentes e muitos dos quais jamais consumiriam qualquer desses produtos não fosse a facilidade de acesso aos mesmos.
Atualmente o nascimento de diversos negócios só acontece se... e quando a questão logística está equacionada.
É provável que muitos negócios só são viabilizados através de processos logísticos inovadores, como os 99motoboys, Ifood, bancos que operam exclusivamente por smartphones e uma lista infindável de inovações disruptivas.
O tema desperta paixões (pró e contra) dos profissionais de logística e daqueles que se sentem desafiados a pensar nesse mundo sem limites para a criatividade e para os que dele querem fazer parte.
Paulo Westmann