O gráfico mostra o desempenho de market share das marcas de caminhões nos últimos 17 anos, no chamado segmento Anfavea (acima de 3,5 toneladas), o qual representa 80% do mercado total de caminhões no Brasil. O segmento Anfavea fechou 2019 com vendas domésticas superior a 101 mil unidades no ano, um crescimento de 33% sobre 2018. O outro segmento, não considerado nessa análise, é dos caminhões com rodagem simples no eixo traseiro, onde destacam-se a Sprinter, Master e Daily e compreende veículos entre 2,8 a 3,4 toneladas.
Ao longo dos anos, nota-se que a linha pontilhada patinou, patinou e não foi por falta de pretendentes. Não é tão simples para uma nova marca de caminhões entrar no Brasil.
A Mercedes continua mostrando sua força e a VW/MAN não dá muito espaço. Essas duas marcas tendem a herdar o espólio da Ford, que desistiu do negócio no Brasil. Impressiona o vigor da Volvo, uma marca que consolida-se na 3ª posição no mercado, competindo nos segmentos semipesados e pesados, enquanto a Scania apoia-se em muita tradição de pesados. A DAF já ocupou espaço, apesar de alguma limitação de lineup e rede, e já encostou na Iveco, sendo que a primeira compete apenas em um segmento.
Mérito de muitas marcas, dor de cabeça para algumas. Crescer nesse mercado, ou manter uma posição, requer bem mais do que linha de produtos e rede de concessionárias capilar. Gestão, estratégias comerciais, imagem de marca, confiança, pós-venda, serviços ao cliente, são importantes variáveis que fazem parte da equação.
Artigo de Orlando Merluzzi, da MA8 Management Consulting Group