Aquecimento do setor automotivo impulsiona logística

Publicado em
16 de Agosto de 2010
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O reaquecimento do mercado automobilístico e a concorrência acirrada nesse setor no País está trazendo oportunidades às empresas de logística (de transporte e armazenagem de produtos e matérias-primas) para as montadoras.

Segundo especialistas, a expansão na produção de veículos e a entrada de competidores - como a chinesa Chery, que está montando fábrica em Jacareí, Vale do Paraíba -, aceleram a busca por mais eficiência nos processos produtivos. Um dos pontos importantes para essa melhoria tem relação com o recebimento de itens dos fornecedores e a movimentação e estocagem de peças dentro das companhias.

Para o empresário Antonio Wrobleski Filho, da Awro Logística e Participações, consultoria especializada nesse mercado, essas oportunidades surgem com o desafio das operadoras logísticas para oferecer soluções inovadoras e se profissionalizarem para se habilitarem a essas tarefas.

Ainda sem atuação no atendimento direto a montadoras, a Trafti, de São Bernardo, por exemplo, está participando de concorrências para disputar serviços nessa área.

Segundo o diretor comercial, Roberto Schaefer, há sete propostas que podem significar contratos expressivos (ele prefere não falar de valores). "Estamos entrando no segmento. Até agora estávamos nas áreas de alimentos, produtos farmacêuticos e, no setor automotivo, atuávamos apenas no ramo de autopeças", afirma.

Há a perspectiva de oferta de serviços, por exemplo, de transporte dedicado (em que a empresa deixa o caminhão à disposição dos clientes para o transporte conforme a necessidade) de peças, cita Schaefer. Ainda na avaliação do executivo, o mercado tem exigências crescentes e deve gerar novas consolidações. A companhia, criada em 2009, foi uma das que passou por esse processo. É resultado de fusão de cinco companhias do setor.

Para o presidente do Setrans (Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Grande ABC), Sallum Kalil Neto, muitas empresas do ramo já vêm se modernizando, para aproveitar o aquecimento da economia.

No entanto, Wrobleski concorda que o segmento de logística terá de passar por mais fusões e mudanças, se quiser aproveitar as oportunidades no ramo automobilístico, com a oferta de serviços diferenciados, como pré-montagem de peças. "Hoje quase 50% das transportadoras têm frota com mais de 20 anos", salienta.

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