Dois dias após ter parte da sua estrutura abalada por um incêndio na favela do Moinho, região central de São Paulo, o viaduto Engenheiro Orlando Murgel, que liga a zona norte ao centro, deve ser liberado hoje pela metade.
A prefeitura planeja permitir o tráfego de carros, motos e utilitários leves apenas na pista que leva do centro ao bairro e que tem três faixas.
Já a outra pista, com quatro faixas e que tem trânsito no sentido bairro-centro, deve seguir fechada ao tráfego por tempo indeterminado.
A definição sobre a liberação de metade do viaduto será hoje, depois de uma vistoria feita a partir das 7h por técnicos da Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras.
A interdição do viaduto provocou transtornos no trânsito ontem no horário de pico em alguns bairros da região central, como Campos Elíseos e Bom Retiro, e, principalmente, na zona norte.
Caso a prefeitura decida liberar a pista, o sentido de circulação das três faixas será alterado de acordo com o volume de tráfego nos diferentes períodos de pico.
De manhã, duas faixas serão destinadas aos veículos que vão para o centro e uma, para aqueles que se dirigem aos bairros. À tarde, a operação se inverte, com duas faixas levando aos bairros e uma, ao centro.
Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), haverá agentes no local para orientar os motoristas.
A falta de sinalização e de orientação foi a principal crítica feita ontem pelos motoristas que enfrentaram lentidão durante o deslocamento da zona norte para o centro.
Desde as 7h, duas das principais vias de acesso da região norte ao centro -as avenidas Brás Leme e Santos Dumont- já estavam congestionadas, incomum para o horário. O trânsito em parte da região central ficou comprometido, ao menos até 11h30.
LIBERAÇÃO
Técnicos da prefeitura instalaram ontem no viaduto um instrumento para medir a deformidade causada pelo fogo na única pista que pode ser liberada hoje. A liberação, porém, não incluirá ônibus, caminhões e pedestres.
Segundo Elton Santa Fé Zacarias, secretário de Infraestrutura Urbana e Obras, a prefeitura já tem laudo técnico autorizando a circulação de carros e motos em velocidade reduzida pela pista.
"A estrutura ficou bastante danificada. Alguns pilares terão que ser reformados."
O fogo que danificou a estrutura do viaduto também destruiu 80 barracos e desalojou ao menos 300 pessoas.