Aplicação e legalidade dos reboques com eixos centrais, por Rubem Penteado de Mello

Publicado em
05 de Julho de 2013
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Esquecidos pela Legislação atual, os chamados Reboques com Eixos Centrais são utilizados largamente em muitos países. Aqui no Brasil, historicamente vinham sendo utilizados em alguns segmentos bastante específicos:

- Transporte de máquinas para construção civil (conhecidos pelo apelido de “tip-top” – com plataforma inclinável para descarga), normalmente tracionados por caminhões basculantes.

 

- Transporte de plataforma de colheitadeiras (a máquina vai sobre o caminhão, e a plataforma de corte sobre o reboque com eixos centrais).

 

- E alguns outros mais específicos ainda, como transporte de barcos, piscinas de fibra de vidro, etc.

O problema para o transporte de máquinas e plataformas é que, ao ficar à margem da legislação, esses conjuntos  não conseguem obter a chamada Autorização Especial de Trânsito – AET, quando elas são necessárias por dimensões excedentes, impedindo assim a sua circulação.

E qual a vantagem desses reboques comparados com os convencionais (chamados “Julietas” – com eixos dianteiro e traseiro)?

- A manobrabilidade!. Para espaços curtos como nas obras e pátios, esse conjunto pode ser mais facilmente manobrado.

É claro que temos que observar: são “parecidos” com as carretinhas - para transportar motos tracionadas por automóveis, mas são bem diferentes. Aqueles modelos de carretinhas (PBT até 500 kg) são chamados “reboques leves” e não precisam de freio de serviço.

Já no caso desses reboques com eixos centrais, são reboques pesados e obviamente precisam de freios em todas as rodas, pára-choque traseiro de acordo com a Resolução 152, faixas refletivas, etc., etc.

Falando em freio: aquele sistema chamado “Inercial” (acionado pelo acoplamento) está restrito ao PBT de 3.500 kg (reboques de categoria “O2” – NBR 10966). Acima desse PBT é obrigatório freio normal de carreta mesmo, com sistema de emergência, etc.

Enfim, as autoridades precisam voltar a olhar para esses veículos porque para alguns setores do transporte, eles tem participação fundamental.

Muito melhor uma colheitadeira com a plataforma sobre um reboque com eixos centrais do que a própria máquina circulando pelas rodovias.

 

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