A despeito do papel de destaque conferido pelo governo à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), como uma das responsáveis pela condução do pacote de concessão de ferrovias e rodovias, o comando do órgão está desprestigiado e tem horizonte incerto.
O diretor-geral, Jorge Luiz Macedo Bastos, que conduz a ANTT desde fevereiro, é o único referendado pelo Senado, mas não tem respaldo político para seguir no cargo. A expectativa é de que não seja reconduzido em 2014.
Nos bastidores, servidores reclamam do clima de indefinição e da tendência de maior ingerência do Ministério dos Transportes em sua rotina.
Para piorar, o nome indicado em dezembro de 2012 pela presidente Dilma Rousseff para ficar à frente da agência, o ex-ministro dos Transportes Paulo Sérgio Passos, encontrou uma barreira no Congresso: o relator do seu processo de escolha na Comissão de Infraestrutura do Senado, Alfredo Nascimento (PR-AM), seu antecessor no ministério e substituído em 2011, após denúncias de irregularidades.
A promessa de Passos de "arrumar a casa" foi mal recebida pelo senador. A fragilidade da composição da diretoria da agência também fica evidente com o fato de um assento continuar vago e outros dois serem ocupados provisoriamente.
As dificuldades começaram em março do ano passado, logo após a saída de Bernardo Figueiredo da chefia, cuja recondução foi barrada pelos senadores, liderados por Roberto Requião (PMDB-PR).
O presidente da Comissão de Infraestrutura, Fernando Collor (PTB-AL), ainda não se manifestou sobre as quatro indicações encaminhadas por Dilma, sendo que três sequer têm relator designado.