Especialistas avaliam que valor praticado na tabela do frete vai cair, devido aos efeitos do coronavírus sobre o preço do diesel
A pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, vai influenciar no reajuste sobre os pisos de frete — valor mínimo a ser pago pelo transporte.
Na próxima quinta-feira (30/04), a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) abrirá uma consulta pública para receber propostas para o cálculo.
A tendência, segundo fontes ligadas ao setor, é de que seja diminuído o valor praticado. A mais recente mudança na taxa ocorreu em janeiro. A modificação irrita caminhoneiros, que já acham a tabela baixa.
A categoria acompanha atenta o movimento. Um dos líderes da greve dos caminhoneiros de 2018, Wanderlei Alves, o Dedeco, acredita que uma redução acentuaria ainda mais o prejuízo.
Ele explica que o volume de carga diminuiu devido à paralisação de alguns setores devido à pandemia. “Já está ruim de frete, não tem o suficiente. Se baixar [os valores da tabela] as coisas vão piorar”, critica.
Dedeco reclama das negociações com o governo. “Entendemos a situação do coronavírus e estamos trabalhando. Mas como o presidente [Jair Bolsonaro] e o ministro da Infraestrutura [Tarcísio Freitas] não gostam da tabela do frete eles enganam e enrolam os caminhoneiros. A ANTT não fiscaliza e não multa ninguém [que não cumpre a tabela]”, critica.