Ano de incertezas econômicas não impede o crescimento do mercado de TMS

Publicado em
12 de Novembro de 2013
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Os fabricantes de sistemas TMS buscam novas aplicações para o software, lançam atualizações e observam os movimentos do Governo Federal para crescer. Segundo eles, as novas medidas governamentais, inclusive na área eletrônica, e o uso da ferramenta por empresas de menor porte tendem a manter o mercado aquecido.

Mariana Mirrha

Transportation Management System ou, traduzindo, Sistema de Gerenciamento de Transporte. Como o próprio nome já indica, TMS é o software que busca garantir a qualidade e produtividade de todo o processo de distribuição, controlando toda a operação e gestão de transportes de forma integrada.

Não é a toa que, hoje, qualquer empresa que se preocupe com organização, flexibilidade e clareza nos resultados das suas operações de distribuição deve ter um bom TMS operando. Agora, o software já não é mais artigo de luxo e passa a ser mandatório para que bons resultados saiam de qualquer processo de distribuição.

Apesar da importância desta ferramenta, o ano de 2013 tem sido de dúvidas e incertezas neste mercado, mas com a aproximação do final do ano, período de aquecimento do consumo, existe um clima mais otimista. “Conversei recentemente com dois grandes clientes do segmento de fracionado e eles sinalizaram de que retomaram as expectativas de crescimento, já que o volume de cargas transportado tem crescido acima dos resultados de 2012. Evidentemente, nem todos os mercados reaqueceram – a flutuação do dólar e as incertezas do mercado externo tiveram um impacto negativo nas empresas cujo foco do transporte estava em exportações. Como fornecedores de serviços para as empresas de transporte, notamos que as preocupações dos empresários quanto às incertezas do ano refrearam alguns investimentos, mas entendemos que um mercado preocupado pode e deve consumir mais TI, que tem o propósito de apoiar a tomada de decisões acertadas em tempos de dúvidas”, afirma Walcir Augusto Wehrle, diretor de sistemas e tecnologia da Benner (Fone: 11 2109.8500), companhia que acompanha as dificuldades recentes dos EUA por conta de entraves políticos, pensando nos resultados de 2013 e 2014. “Acredito que o impacto destes problemas seja pequeno no nosso consumo interno, apesar da recente queda das cotações do dólar, até porque as previsões têm sido de termos cotações próximas aos R$ 2,25 até o final do ano. Do ponto de vista de fornecimento de serviços de TI, entendemos que as constantes evoluções nas iniciativas de Governo Eletrônico, com a entrada em produção massiva do CT-e, Lei do Motorista, Carta Frete e com as novas demandas previstas com o CT-e 2.0 e MDF-e para o próximo ano, além das exigências do SPED Social, pressionarão novos investimentos das empresas de transporte em sistemas de gestão. Percebemos, ainda, que as empresas que investiram recentemente em atualização dos sistemas de gestão têm perspectivas positivas quanto a obter melhores resultados. A melhor gestão da frota e dos seus custos permite melhores resultados, mesmo com baixo crescimento no faturamento total”, afirma.

De acordo com Paulo Francisco Frollini Picello, diretor comercial da Sialog Software Solutions (Fone: 14 3604.2200), o Brasil vem aumentando o investimento em TI, que apresenta crescimento em torno de 10% ao ano. Somente no ano de 2013, o mercado de Tecnologia da Informação movimentou em torno de US$ 120 bilhões e, para 2014, a expectativa é de que o mercado brasileiro mantenha o mesmo ritmo de crescimento. Um dos principais setores a investir em tecnologia, para Picello, é justamente o de transportes que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representa 4,4% do PIB nacional, na média de R$ 42 bilhões. “Dentre todas as tecnologias no mercado, certamente a solução TMS é uma das mais promissoras e essenciais para o desenvolvimento e competitividade dentro do país. A gestão de transportes baseada em tecnologia, sem dúvida alguma, agrega qualidade aos serviços, além de apoiar e facilitar a gestão dos empresários do setor. Transportadoras de pequeno porte começarão a investir em soluções específicas motivadas pelas novas exigências legais e tributárias a partir de dezembro de 2013. Já as médias e grandes empresas, devido ao aumento da concorrência, necessidade na melhoria de processos e controles, começarão a integrar aos sistemas corporativos ERP´s soluções especialistas, como é o caso do TMS. O fato é que estes sistemas ERP´s não conseguem atender, de forma satisfatória, as peculiaridades e especificidades da regra de negócio do setor de transporte, pois são soluções que buscam gerenciar a empresa de forma macro, além do alto custo para customizar”, analisa.

Quando há crescimento econômico, cresce a demanda por transportes e a gestão torna-se mais complexa, como explica Ricardo Gorodovits, diretor da GKO Informática (Fone: 21 2533.3503). Quando há retração, as dificuldades nas vendas implicam num olhar mais profundosobre os custos, exigindo ferramentas que viabilizem este controle. “Por isso, o TMS para embarcadores é uma peça fundamental para auxiliar o profissional de logística nessas tarefas, além de auxiliar outras áreas da empresa, como a administração financeira, a contabilidade, área fiscal, atendimento ao cliente, compras, entre outras”, afirma.

E continua: “dois aspectos importantes impactarão o setor, a Lei do Motorista e a obrigatoriedade da Manifestação do Destinatário. Ambas representam quebras de paradigmas sobre os quais o modelo de transporte e de sua gestão se baseiam há muito tempo e exigirão grande esforço de adaptação das empresas, tanto de embarcadores como de seus clientes, além das transportadoras”.

Em 2013, o segmento logístico teve dois momentos claros, na visão de Jose Almeida, diretor de produto Supply Chain do Grupo Trust (Fone: 11 3055.1711). No início do ano, ocorreu um volume muito significativo na procura e pesquisa de soluções, mas, no começo do segundo semestre, houve a total suspensão do ciclo de pesquisa de soluções. E este cenário de parada deve se postergar nesse fim de ano e em 2014.

Por sua vez, Rui Alencar, sócio-diretor da Routing Systems Informática (Fone: 11 3819.1977), acredita que a perspectiva atual, que deverá ser mantida em 2014, é de crescimento do mercado, com as empresas pequenas aportando recursos de TI na área de logística. O crescimento de vendas pelo canal e-commerce está se mantendo e mais empresas estarão fazendo a logística desses pedidos. Para manter o controle das operações na área de transportes, terão que investir em TI. “O mercado tem chamado de TMS os sistemas relacionados à administração do transporte, mesmo com diferentes funcionalidades. Estão englobados no mesmo rótulo tanto soluções de controle de frete para embarcadores quanto sistemas de controle de frotas que cobrem a manutenção dos veículos, além dos roteirizadores e rastreadores para frotas próprias ou terceirizadas. Ao longo deste ano vimos aumentar tanto a procura quanto a oferta de soluções. Com a necessidade de reduzir custos através de melhor controle de sua logística, até empresas que usam pequeno número de veículos têm buscado sistemas de informação com custos compatíveis. Está crescendo o mercado de SaaS com esses novos clientes que não dispõem de grandes valores para investir. Está crescendo a conscientização de que é necessário dispor de ferramentas modernas de logística, o assunto não pode mais ser ignorado”, explica.

Apesar de 2013 estar sendo um ano conturbado com crises políticas, alta de dólar e redução de investimentos, houve um aumento na demanda que superou o “número mágico do PIB anunciado pelo governo”, de acordo com Luís Maurício Gardolinski, diretor da Starsoftware Informática – Startrade (Fone: 41 3285.8825), que está seguro de que o mercado está positivo frente à demanda criada pela inserção de pequenos e médios neste segmento de tecnologia. “De forma geral, tanto a indústria como os Operadores Logísticos estão se conscientizando de que as soluções de TMS oferecem benefícios que vão além do esperado Retorno do Investimento – os benefícios adicionais somados entram nos intangíveis, com a melhora do processo de contratação de fretes e maior segurança no processo, além da segurança de ter a visão de que o contratado foi executado (visão do processo). Isso deu ao TMS um fôlego extra este ano, com a maior conscientização de que não se trata de mais um modismo ou sigla nova da logística”, analisa.

“Embora a previsão do cenário econômico não ajude, e ainda teremos a Copa e as eleições, as perspectivas são boas, principalmente levando em consideração a obrigatoriedade de documentos fiscais eletrônicos. Outro fator que também levamos em consideração é que não é mais possível uma empresa controlar todas as atividades de transportes através de planilhas. Além dos aspectos acima, as empresas sabem que utilizando um TMS conseguirão fazer todas as atividades de transportes (como contratação de transportadora, compra e/ou venda de frete, conferência de pagamento de fretes, etc.) de forma ágil, eficiente e totalmente integrado à Secretaria da Fazenda. Como resultado do nosso planejamento estratégico, está em curso um plano de ação iniciado em meados deste ano, por isso acreditamos que teremos em 2014 um crescimento de mais de 250% na carteira de clientes TMS”, afirma Wagner Tadeu Rodrigues, presidente da Store Automação (Fone: 11 3087.4400).

O mercado está bem aquecido, as necessidades das empresas em otimizar e reduzir custos com fretes, frotas e transportes têm gerado demandas de soluções e sistemas para os fornecedores de softwares e serviços de TMS Embarcador e Transportador, segundo Marcelo Franco, diretor comercial da Sythex Tecnologia em Sistemas (Fone: 11 5506.0861). E as perspectivas são muito boas, com o surgimento de novos mercados, novos concorrentes e com a boa estabilidade de compra do mercado brasileiro. “A competição em busca do melhor serviço e melhor preço de venda, a começar pelo transporte e frete, é muito grande, sendo necessário que os embarcadores adquiriram soluções e softwares de gestão, contratação e pagamento de fretes”, afirma.

Para Antonio Morais Filho, diretor comercial da Veica Sistemas de Transportes (Fone: 0800 724.1110), as empresas transportadoras ainda estão ajustando seus processos internos para se adequarem às regulamentações impostas, lembrando que o CT-e entrou em vigor definitivamente em agosto passado – exceto para empresas optantes do Simples. “Com isso, as melhores perspectivas de negócios estão sendo aguardadas para 2014. Por outro lado, o governo também anunciou diversos investimentos em infraestrutura para melhorar o modal rodoviário. Assim, se espera que o setor como um todo cresça nos próximos três anos, abrindo maior espaço para contratação de TMS pelas transportadoras”, analisa. Dessa forma, o mercado de TMS está em franca expansão nesse ano. As empresas transportadoras de cargas estão competindo em um ambiente novo. As regulamentações impostas pelo governo nos últimos dois anos fizeram com que as empresas buscassem a profissionalização e gestão para se manterem competitivas, na visão do executivo. “A saída mais fácil seria aumentar os preços, mas os embarcadores não cederam às pressões e continuaram com o mesmo patamar de valor de frete. Com isso, às transportadoras só restou trabalhar do muro para dentro, ou seja, os custos. Sob esta lógica, o TMS é o grande aliado destas empresas. Com um sistema atual, moderno e que integra toda cadeia de processos, as transportadoras podem mapear e gerenciar os custos. Somente assim é possível continuar crescendo e ganhar espaço neste novo cenário que o mercado está apresentando”, continua.

No mesmo sentido segue Valter Luiz da Silva, gerente comercial da BgmRodotec Informática e Tecnologia (Fone: 11 5018.2525). Segundo ele, as empresas em geral, mas principalmente as de transporte, têm sido impactadas com as ações e institucionalização da fiscalização digital – SPED e CT-e –, gerando uma rápida formalização e urgente necessidade de modernização e introdução das modernas técnicas de gestão empresarial. “Nesse ambiente, deparamos com a chegada da obrigatoriedade do CT-e também para as empresas, ocorrida em agosto de 2013, e que no próximo mês de dezembro será ampliado também para as empresas optantes do Simples.

O TMS, nesse ambiente, tornou-se uma ferramenta essencial para as empresas atenderem a todas essas demandas fiscais. Para isso, nas empresas de médio e grande porte deve ser totalmente integrado ao ERP. As empresas de transporte de cargas são parte de um cenário de concorrência plena, onde há um número maior de ofertante do serviço do que contratante (embarcadores), em função disso pouco pode fazer em relação aos preços de venda dos serviços, por isso torna-se essencial que elas possuam ferramentas para gerenciar os custos e definir os serviços que não têm condição de executar. Questão de sobrevivência”, elucida.

“De fato, manter o nível de excelência exigido pelo mercado só é possível com a implantação de um bom sistema de integração do ciclo logístico com os demais dados de produção da empresa.

Enfim, sem informatizar é impossível vencer os desafios modernos do setor, pois a automação permite a integridade e a consistência dos dados, simplifica a operação, otimiza o uso dos recursos da companhia – humanos, financeiros, materiais –, aumenta a produtividade e, ainda, possibilita a criação de um banco de dados único, capaz de gerar informações operacionais e gerenciais confiáveis”, lembra José Carlos Silva Junior, diretor de serviços e logística da Mega Sistemas Corporativos (Fone: 11 4813.8500). Para este profissional, as perspectivas para o setor de TMS também são bastante promissoras. “Um dos maiores desafios vem sendo disponibilizar tecnologias que estejam aptas a fazer com que as empresas consigam conviver e manter a produtividade, independentemente dos intensos gargalos da infraestrutura nacional”, afirma.

ONDE APLICAR?

No mercado brasileiro em geral, muito se fala em crescimento potencial. No entanto, o momento de estagnação de qualquer setor pode chegar, principalmente quando todo o mercado consumidor principal do produto já está saturado. Analisar quais são os possíveis novos nichos de atuação para determinado produto pode ser a salvação para manter a lucratividade dos players e o andamento da economia.

Segundo Wehrle, da Benner, pensar em novas aplicações para um sistema TMS é interessante, pois o segmento de transporte passou por uma grande transformação nos últimos cinco anos. As exigências do Governo Eletrônico, apesar de inicialmente darem a impressão de criarem mais dificuldades, forçaram as empresas a se organizarem em seus processos. Isto resultou numa melhora nos serviços prestados e numa melhor gestão de toda operação. Processos tiveram de ser revistos e negociações tiveram de ser feitas com os embarcadores, que também foram obrigados a se organizar melhor. “Com isto, os sistemas de TMS tiveram que se renovar”, afirma. E sobre as próximas tendências, o especialista explica que o mercado embarcador está cada vez mais exigente em termos de qualidade e agilidade no fornecimento das informações do transporte. Por isto, nos próximos anos haverá a adoção maciça de ferramentas para apontamento em tempo real das operações. “Mobilidade, acessos por internet e troca eletrônica de dados continuarão a ser foco das empresas em termos de tecnologias. Evidentemente, a nuvem dará suporte a estas ferramentas”, ressalta.

“Na área de transportes há novos usos para celulares nas mãos dos motoristas: controle das entregas em tempo real, navegação, POD (Proof Of Delivery) eletrônico legalizado, dispensando o canhoto de papel assinado, fotos de documentação de avarias e de sinistros, captura de assinatura na entrega, logística reversa incluída nas rotas de entrega, leitura de código de barras para checagem das entregas, tudo isso em tempo real via web. Uma novidade importante para e-commerce é o agendamento do dia e horário da entrega pelo cliente no momento do pedido, via web ou na loja, atendendo à legislação de proteção ao consumidor. Todas essas novas funcionalidades são extensões do TMS”, enumera Alencar, da Routing Systems. Segundo ele, as tendências de mercado estão ligadas ao avanço da automação, tanto nos armazéns como nos veículos, e à progressiva oferta de comunicações a preço mais acessível. À medida que as empresas investem em tecnologia, melhoram seu nível de serviço ao cliente. Pequenas empresas bem instrumentadas tornam-se competitivas. Novos canais de comunicação são criados entre embarcadores, transportadores e consumidores, tornando o processo mais seguro, mais transparente e de custo mais baixo.

“Existe uma questão conceitual sobre o que é um TMS para a indústria, para o Operador Logístico e para o transportador. Deixando conceitos de lado e tratando da aplicação pura – gerenciamento de transportes –, acredito que a funcionalidade que mais será demandada será a de aferição volumétrica e pesagem de volumes para confrontação documental. Existe aí, ainda, uma grande fuga de faturamento para o transportador, e uma grande dúvida do contratante se o que foi expedido e o que foi cobrado são informações iguais”, analisa Gardolinski, da Startrade. “Apesar de algumas empresas já dominarem o mercado há alguns anos, sempre vai existir aquelas novas que trazem consigo alguma especialização pelo foco dado ao produto. Cada empresa desenvolve habilidades diferentes, públicos distintos, mercadorias especiais, isso faz com que as ferramentas se diferenciem, é uma tendência natural, por isso haverá, nos próximos anos, o surgimento de novos ‘players’ com ferramentas diferenciadas e focos específicos, mas ainda lutamos pelo amadurecimento do mercado e aceitação da necessidade de um produto básico. Infelizmente, o país ainda engatinha nesta demanda, existe muito a crescer”, continua.

Franco, da Sythex, nota que uma nova aplicação está na inclusão de funcionalidades de roteirização no TMS Embarcador. Ainda segundo o profissional, a tendência está voltada para o lançamento de sistemas cada vez mais robustos, com simplicidade de utilização pelos usuários, simplicidade de implantação e baixo custo de aquisição.

“As tendências para breve, além das adequações às novas legislações, deverão ficar por conta de apuração de resultado e mineração de dados para transformação em conhecimento de negócio, abrindo grandes oportunidades para implantação de módulos de Business Intelligence nos TMS de mercado”, continua Morais Filho, da Veica.

Já existe uma forte tendência nos sistemas TMS em agregar funcionalidades preventivas nas rotinas básicas do cotidiano de uma empresa de transporte, na opinião de Picello, da Sialog. O foco, agora, é agir na prevenção e nas melhorias da gestão de riscos fiscais e tributários que o universo dos documentos eletrônicos trouxe consigo. “Ainda é comum encontramos empresas que não sabem os riscos e as penalidades que podem sofrer ao aceitar receber uma carga de um destinatário com problema cadastral, por exemplo, e muitos outros riscos que ainda nem se deram conta, muitas das vezes por descuido ou por simples inobservância. A legislação para o transporte e normas regulatórias sempre existiram, mas por uso e costume não eram exercidas, e o Fisco, por sua vez, não tinha condições de fiscalizar tudo, mas agora a situação se inverteu e neste universo eletrônico (CT-e, NF-e, MDF-e e SPED), Brasil ID, ficará mais fácil a fiscalização e o monitoramento. Cabe aos sistemas de TMS acompanhar esta reengenharia de processos e proporcionar ferramentas que contemplem estas necessidades para que as empresas possam extrair o máximo de benefícios dos documentos eletrônicos sem correr riscos desnecessários”, explica.

“Na área de transporte, caminhamos para um ambiente de maior regulação, maior formalização e de maior agilidade no fluxo das informações. Isso significa que cada vez mais ferramentas que viabilizem o atendimento às normas fiscais, que permitam o correto registro dos dados, facilitando tanto a parte operacional quanto a gerencial, e que sejam o mais próximo possível de uma interação real-time com a origem dos eventos, estarão em alta. Em paralelo, percebemos também um crescimento da delegação de processos a terceiros, BPO, para permitir ganhar foco no núcleo dos negócios da empresa, ao mesmo tempo em que se ganha com a expertise alheia”, afirma Gorodovits, da GKO Informática.

A tendência agora é a integração com equipamentos de telemetria e rastreamento de veículos, com o principal objetivo de obter informações e gerenciar os custos, segundo Silva, da BgmRodotec, que afirma que o custo deve ser o foco principal das empresas.

Para Almeida, do Grupo Trust, a utilização da mobilidade, permitindo o acesso entre os prestadores de serviços e os embarcadores de forma real time, é a tendência dos TMS agora. No mesmo sentido segue Rodrigues, da Store Automação, que afirma que a tendência em tecnologia é o uso de equipamentos que permitem mobilidade, por meio de celular e tablet, por exemplo, captura das informações através de RFID e coletores de dados RF, além do intercâmbio de informações através de integrações de TMS com ERP´s, roteirizador e software de montagem de carga.

“Os desafios em logística são enormes e urgentes, mas as soluções e os recursos existem. Governo e iniciativa privada precisam estar juntos na viabilização dos projetos necessários. Com novos investimentos, profissionais qualificados e modernização de processos e sistemas, o setor poderá finalmente ambicionar um futuro melhor”, completa Silva Junior, da Mega Sistemas Corporativos.

PARA O FUTURO

Atuando dentro deste cenário, as companhias focaram em distintas áreas de atuação nos últimos anos e seguirão diferentes rumos a partir de 2014, de acordo com os seus porta-vozes.

No caso da Benner, Wehrle afirma que a companhia consolidou sua experiência e participação em novos nichos de mercado com gestão de frotas com telemetria e rastreamento para os segmentos de utilities e de cooperativas de transportes com soluções de TMS.

Nos últimos cinco anos, a BgmRodotec tem crescido cerca de 26% ao ano, e espera manter esse ritmo em 2013, continuando focada em soluções desenvolvidas especificamente para o segmento de transporte de cargas e de passageiros.

Em 2014, a GKO continuará seus esforços para ampliar a atuação no mercado de sistemas para gestão de fretes. A empresa trabalha em parcerias que permitirão oferecer aos clientes soluções complementares ao GKO Frete, seja em conjunto ou até mesmo de forma independente. “Para o GKO Frete especificamente, temos aprofundado nossas soluções de integração, particularmente de integração on line, de forma que o software possa prestar serviços a outros sistemas nas áreas de compras, vendas por meio de dispositivos móveis, vendas pela internet, entre outros. Além disso, os novos produtos são caminho de entrada da GKO a novos mercados, trabalhando em parceria com transportadoras e destinatários da carga, e não apenas com embarcadores. Finalmente, a LogPartners seguirá crescendo, estando nítida a ampliação da demanda para seus serviços”, afirma o diretor da empresa.

No mesmo sentido segue Alencar, da Routing Systems. “Temos uma importante parceria com a GKO na empresa LogPartners, prestadora de serviços de roteirização e controle de fretes, dispondo de todos os sistemas da GKO e da Routing Systems”, explica.

“Concretizamos a entrada no mercado de SaaS, ou seja, operações de uso de nossa aplicação CTMS na modalidade ‘nuvem’”, segue Almeida, sobre a atuação do Grupo Trust.

Alinhada à tendência de crescimento também deste setor, a Mega Sistemas está realizando um forte processo de reestruturação da área comercial. A companhia já redefiniu toda a política comercial e começou a reforçar a equipe com novas contratações, que devem prosseguir até o final de 2014. Serão entre R$ 3 e R$ 4 milhões de investimento no reforço da equipe e na implementação de estratégias de marketing até o ano de 2015.

Com as balanças para cubagem de cargas, a Startrade consolidou sua atuação junto ao segmento de serviços, com vendas para a ELOG Logística e Armazéns Columbia, além de ter aberto um novo segmento com vendas para a Petrobrás.

A Store Automação está crescendo rapidamente no mercado de TMS, segundo seu presidente. “Do lançamento do produto em março de 2013 até setembro último, conquistamos mais clientes do que havíamos planejado”, explica.

A Sythex está focada na atuação no mercado de e-commerce e aguarda a concretização de cinco novos negócios até o final do ano. Enquanto isso, a Veica inaugurou duas novas filiais, uma em Guarulhos, SP, para atender os clientes da região, e outra em Recife, PE, polo indutor da economia nordestina. Enquanto isso, a Sialog obteve um crescimento de 40% no último ano, e para atender essa grande demanda, iniciou o processo de abertura de canais nas grandes capitais do Brasil.

O QUE AS COMPANHIAS APRESENTAM EM TERMOS DE NOVIDADES

BgmRodotec: Lançamento do Transporter e do Globus Intelligence (ferramenta de Business Intelligence), além do serviço de consultoria empresarial, que mapeia e redesenha os processos de trabalhos da empresa.

GKO Informática: Lançamento da nova versão do software GKO Frete, solução para a gestão de fretes. A nova versão inclui todo o tratamento associado ao CT-e, permitindo sua validação junto ao SEFAZ, e atende à integração com sistemas de pagamento de autônomos. A GKO também lançou novos produtos voltados à operação web a partir da nuvem. Entre eles está o Confirma Fácil, que institui a assinatura digital da comprovação de entrega com respaldo jurídico, e o Monitor de Entrega, um portal interativo de comunicação entre embarcador e transportadora, para controle do ciclo embarque-previsão de entrega-entrega, em tempo real.

Grupo Trust: As novidades são os portais de relacionamento entre os transportadores e clientes finais, que reduzem tanto os custos quanto os tempos na obtenção das informações e suportando a aplicação dos acordos de serviços. Outra novidade é o início das operações no modelo SaaS.

Routing Systems Informática: Lançamento do TMS da Descartes Group, nova versão do roteirizador Roadshow e do Controle de Entregas em Tempo Real Performaxxi. A companhia passará a dar atenção ao segmento de e-commerce com o módulo de agendamento de pedidos em tempo real via web.

Sialog: Desenvolvimento de um conjunto de soluções que gerencia todas as atividades de uma empresa de transporte. Ao todo, são mais de 40 módulos para atender à necessidade de médias e grandes empresas do setor. Para suprir a grande demanda das empresas de pequeno porte, a Sialog criou pacotes específicos para este mercado. No começo de 2013 a Sialog lançou o TMS Aquaviário, um sistema voltado para peculiaridades da operação deste modal.

Startrade: A novidade é que o software Maxload Pro, que faz interface com TMS na montagem da carga dentro do veículo, incorporou melhorias nos algoritmos de cálculo para distribuir de forma mais adequada o peso da carga por eixo do veículo, chegando mais perto dos limites apresentados pela legislação brasileira e permitindo a redução de multas por excesso de peso no entre-eixos.

Store Automação: Produtos da empresa já contemplam os documentos fiscais eletrônicos (CT-e, MDF-e e, também , Pagamento Frete Eletrônico) e CIOT.

Sythex: Funcionalidade de simulação e cálculo de frete e ranking de transportadoras antes do pedido de venda fechado.

Veica: A empresa já implementou o MDF-e (previsto para entrar em vigor no início de 2014) e já estará liberando nos próximos meses o e-Social. Novidades voltadas para apuração de custos e resultados também estarão sendo liberadas até o final do ano.

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