Anhanguera reúne 37,5% dos roubos de carga na região de Ribeirão Preto

Publicado em
19 de Maio de 2016
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Municípios às margens da rodovia têm 12 das 32 ocorrências no 1º trimestre. Envolvimento de motoristas dificulta combate ao crime, diz Polícia Rodoviária.

Considerada uma das principais vias de São Paulo, com 453 quilômetros de extensão e cruzando 31 municípios, a Rodovia Anhanguera (SP-330) também é classificada pelos motoristas como uma das mais perigosas no estado.

Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) apontam que 37,5% do total de roubo de cargas registrados na região de Ribeirão Preto (SP), no primeiro trimestre desse ano, aconteceram em cidades localizadas às margens da Anhanguera.

Entre janeiro e março, foram 32 assaltos a caminhoneiros, sendo 12 deles em Aramina (SP), Guará (SP), Jardinópolis (SP), Orlândia (SP), Ribeirão e Sales Oliveira (SP). No ano passado, o índice era ainda mais preocupante: dos 29 casos registrados, 15 foram próximos à rodovia.

“Eu sempre fico atento, mas, não tem jeito, eles pegam a gente no posto dormindo. Eles ficam meses pesquisando a carga, o caminhão, não tem jeito”, diz o caminhoneiro Paulo Roberto Feitosa, que já teve um carregamento de boninas de aço levado por assaltantes.

Quem nunca foi vítima desse tipo de crime, conhece quem já passou por essa situação. É o caso do caminhoneiro Divonzer Dias Domingues, cujo irmão – que trabalha na mesma profissão – passou 12 horas amarrado em um canavial, enquanto o veículo era saqueado.

“A gente evitar rodar à noite. É melhorar parar e dormir porque o trecho é muito perigoso mesmo. Tem posto onde você dorme com um olho aberto e outro fechado. Quando não rouba a gente, levam estepe, as lanternas do caminhão”, afirmou.

O tenente da Polícia Rodoviária Péricles Veronezi Flora explicou que a Anhanguera é muito visada pelos ladrões devido à circulação de muitos tipos de carga, principalmente para outros estados - a rodovia liga a capital paulista às cidades na divisa com Minas Gerais.

Flora afirmou que a polícia realiza um trabalho ostensivo de patrulhamento nos trechos mais movimentados, levando em consideração as ocorrências registradas. Entretanto, o tenente destacou que muitas vezes esse tipo de crime conta com a ajuda do próprio motorista.

“Existe um seguro da carga, então a transportadora não sai perdendo e o motorista também sai ganhando porque negocia diretamente com os meliantes. É um trabalho difícil, mas a gente tem tentando prevenir esses delitos”, disse.

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