A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), vem a público manifestar sua discordância com as medidas utilizadas pelo Governo no intuito de afastar a alardeada ameaça de greve dos caminhoneiros, e do recrudescimento da fiscalização da aplicação da referida tabela aos contratos de transporte rodoviário de cargas.
A Associação, que no passado já se manifestou sobre a ineficiência e inconstitucionalidade da política de tabelamento de fretes, repudia, uma vez mais, esta política e alerta para o risco que o tabelamento de frete representa para a atividade de exportação e para os produtores de commodities agrícolas, na medida em que interfere diretamente em um mercado em que os preços finais do produto são formados internacionalmente meses antes da execução e as incertezas geradas pela interferência governamental na definição dos fretes podem impossibilitar a comercialização antecipada. Provavelmente o agronegócio seja o único que compra frete antecipado e, para se manter competitivo, necessita de certeza jurídica e valores definidos pelas variáveis do próprio mercado, impossibilitando a alteração dos valores após os fechamentos dos negócios gerando prejuízos para as empresas. Ressaltamos também que nossos principais competidores, de outros países, têm reconhecida vantagem logística em relação ao Brasil.