Andrade Gutierrez amplia presença em projetos eólicos

Publicado em
30 de Janeiro de 2015
compartilhe em:

A Andrade Gutierrez prevê que o segmento de energia eólica gere receita anual da ordem de R$ 300 milhões, o equivalente a quase 20% dos negócios de energia da companhia, da ordem de R$ 1,6 bilhão, nos próximos anos. A previsão se deve à expectativa de fechamento de um contrato para o desenvolvimento e integração de um complexo eólico para a Renova Energia e a Cemig, de 676 megawatts (MW) de capacidade, em Jacobina, na Bahia. O valor do contrato, no entanto, não foi revelado.

"Estão nos contratando para implantar o parque. O acordo já está certo. Ele está finalizado. Estamos desenvolvendo o licenciamento específico da área que eles escolheram. Nos parece que a energia é para o mercado livre", disse o presidente da Andrade Gutierrez Energia, Flávio Barra.

Além do desenvolvimento e integração do projeto, a Andrade Gutierrez planeja fornecer as torres eólicas para o complexo, a partir da fábrica que a companhia vai inaugurar hoje, também em Jacobina. A fábrica pertence à Torres Eólicas do Nordeste (TEN), joint-venture criada pela Andrade Gutierrez (51%) e a francesa Alstom (49%).

Com investimento de R$ 92 milhões, a unidade terá capacidade para produzir 200 torres por ano. Mas já há planos para expandir a área construída e de incluir um terceiro turno, o que pode triplicar a capacidade da fábrica.

O investimento no setor de energia eólica se deve a uma estratégia da Andrade Gutierrez, que enxerga no segmento um potencial de vendas e uma demanda reprimida por equipamentos. Barra espera que a demanda por equipamentos eólicos seja de 2,5 mil MW por ano até 2023, superior ao previsto no Plano Decenal de Energia (PDE), elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que prevê um acréscimo de capacidade de eólicas de 2 mil MW por ano.

"Mudamos nosso modelo de atuação porque não teríamos muito a agregar se fosse só escopo de montagem, obras civis, etc. Ficaríamos com cerca de 20% do capex [do empreendimento eólico]. Com as torres mais a parte que somos capazes integrar, subimos para mais de 50%", disse Barra.

Segundo o presidente da Alstom no Brasil, Marcos Costa, a TEN reforça o compromisso da empresa em investir em conteúdo local e no crescimento do setor eólico do país. "As ações que tomamos foi na direção de aumentar a capacidade produtiva. Com isso, resolvemos para Alstom eventuais
gargalos na produção de torres", afirmou.

Segundo Costa, com um volume contratado de cerca de 3 mil megawatts (MW) em equipamentos de energia eólica, o Brasil é hoje o principal mercado de geração eólica onshore (em terra) da Alstom.

No segmento eólico, a TEN é a terceira unidade de produção da Alstom no Brasil. A companhia possui outra fábrica de torres em Canoas, no Rio Grande do Sul, e uma unidade de montagem de naceles - espécie de caixa que abriga o gerador de energia - em Camaçari, também na Bahia.

Boletim Informativo Guia do TRC
Dicas, novidades e guias de transporte direto em sua caixa de entrada.