O governador do estado da Flórida sancionou lei que permite o trânsito de carretas com até 88 mil libras ou quase 40 t de PBTC (39.915 kg). O aumento de peso só vale para as rodovias estaduais, já que as federais ou interstates continuam com o mesmo limite de 80 mil libras (36.287 t), desde a desregulamentação do TRC local no governo de Ronald Reagan.
Muitos especialistas na matéria pediram que o governador Charles Crist vetasse o projeto de lei, mas a ATA (associação máxima do caminhonismo americano, em inglês) trabalhou muito em prol do dito aumento. No mesmo coro, estava a associação do TRC da Flórida.
Os dirigentes classistas argumentaram que caminhões mais produtivos reduzem o consumo de combustível por tonelada transportada e em interessante proporção, diminuem as emissões de CO² e demais venenos saídos dos escapamentos. Além disso, lembram que 19 outros estados vizinhos já estão com o PBTC máximo legal acima do federal.
Houve gente que afirmou em recente encontro local do NPTC (conselho nacional de operadores de frotas próprias, em inglês) que o tráfego de caminhões cresce 11 vezes mais rápido do que a capacidade da malha viária americana (no Brasil, esta relação talvez seja 50 vezes maior).
Para controlar o descompasso, disse um palestrante, "impõe-se a adoção de um PBTC maior nas estradas". Ele chegou a considerar a elevação do limite na Flórida como "a oportunidade única de uma geração inteira".
Do lado oposto, várias entidades se manifestaram. Até a associação dos paramédicos. Seu presidente sustentou que "a mais óbvia objeção aos caminhões mais pesados é o fato de que eles causam mais mortes e feridos nas estradas. A exposição ao risco no nosso estado, em termos de segurança do motorista e a conservação da malha foram vergonhosamente negligenciadas pelos legisladores".
Já a associação de xerifes estaduais (a polícia rodoviária de lá) resumiu com precisão: "Quanto mais pesado o caminhão, mais difícil fica o seu controle". Taí uma boa discussão, mas a lei está valendo.