"Devido ao avanço da colheita da soja, a prioridade continua sendo a comercialização da oleaginosa", destacou o Cepea em seu boletim semanal.
No maior estado produtor do grão na primeira safra, o Rio Grande do Sul, em torno de 32% da área semeada foi colhida até o momento, percentual dentro da média para o período, conforme levantamento da Emater/RS. E, apesar da rendimento dentro do esperado no Norte do estado, as lavouras do cereal foram penalizadas pelas intempéries climáticas e os prejuízos são estimados próximos de 28% na região Sul.
De modo geral, o percentual colhido no Centro-Sul do Brasil está próximoa de 15%, segundo estimativa da AgRural. No mesmo período do ano anterior, o índice era de 14% a média dos últimos cinco anos é de 16%.
Ainda assim, o operador alerta que a chegada da safra de verão e os estoques podem pressionar negativamente os preços do cereal e os produtores precisam estar atentos. Os estoques iniciais são projetados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em mais de 18 milhões de toneladas.
Segunda safra
Outro fator que também está no radar dos participantes do mercado é o andamento do plantio da segunda safra de milho no país. Ainda conforme dados da AgRural, em torno de 26% da área no Centro-Sul já foi semeada com o grão. Em igual período do ano anterior, 36% da área já havia sido cultivada e a média dos últimos cinco anos é de 31%.
Em Mato Grosso, até o momento, o plantio está completo em 46,32% da área estimada para essa safra, de mais de 4,4 milhões de hectares. Em comparação com o ciclo passado, a diferença é de 12,07%, já que em 17 de fevereiro de 2017, cerca de 58,38% da área já havia sido plantada. As informações fazem parte do levantamento do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).
Em muitas regiões, o atraso no plantio da soja e agora na colheita com o excesso de chuvas, houve o comprometimento da janela ideal de cultivo do milho. Cenário que gera especulações no mercado.
Por enquanto, em muitas regiões produtoras, a leitura é de redução na área cultivada com o cereal e também nos investimentos em tecnologia. "Teremos uma safrinha mais exposta ao risco climático. E os próximos 15 dias serão decisivos para acompanhar o andamento da safra e podemos ter um direcionamento melhor em relação aos preços", reforça Larios.
Exportação
As exportações aquecidas também continuam aquecidas e ajudam a dar sustentação aos preços do cereal. Somente em janeiro, o país embarcou mais de 3,02 milhões de toneladas, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Ainda segundo projeção dos analistas, o Brasil tomará a liderança dos EUA na exportação de milho em cinco anos.