Resultado líquido de R$ 33,9 milhões no primeiro trimestre
O grupo América Latina Logística (ALL), especializado em concessões de ferrovias, registrou resultado líquido de R$ 33,9 milhões no primeiro trimestre de 2013. O resultado, que é registrado após prejuízo de R$ 2,3 milhões um ano antes, foi influenciado principalmente pela boa safra agrícola do país.
"O primeiro trimestre geralmente é de baixa sazonalidade. Neste ano, a safra de grãos está crescendo 27% em relação ao ano passado", disse Rodrigo Campos, diretor financeiro da ALL. Segundo ele, é a primeira vez que a companhia obtém um lucro líquido substancial em um primeiro trimestre. Ele elenca também a melhora da produtividade para o crescimento dos números.
O volume transportado em commodities agrícolas cresceu 13,3% na comparação com um ano antes, para 7,6 milhões de toneladas por quilômetro útil (TKU). Mas considerando a operação total, o volume ferroviário no Brasil cresceu menos: 7,3%. Isso porque, no segmento industrial, o volume transportado caiu 8,6%. Segundo Campos, essa demanda foi afetada por um menor nível da atividade econômica no setor.
Além do aumento do volume, a alta do frete contribuiu para resultado. O "yield" médio cresceu 8% na comparação com um ano antes, devido a repasses de diesel mais caro e maior inflação, além de um ganho real em relação ao ano passado. Segundo Campos, a companhia só está retomando os preços "normais" após cobrar mais barato um ano atrás devido à então menor demanda. "No ano passado, a safra teve uma queda muito forte. Agora, é muito mais a recuperação de um preço normal", resume.
A receita líquida da companhia somou R$ 890 milhões nos três meses, com avanço de 15,8% na comparação com um ano antes. O resultado melhor é consequência do crescimento de 15,9% no Ebitda ajustado das operações ferroviárias no Brasil, da contribuição positiva das subsidiárias Brado (de movimentação de contêineres) e Ritmo (de transporte rodoviário).
Mais uma vez pesou no balanço o prejuízo com as operações na Argentina. Desta vez, houve resultado negativo de R$ 13,2 milhões no país vizinho, aumento de 34,4% em relação a um ano antes. Segundo Campos, o Ebitda produzido naquele país vai melhorar no próximo trimestre. Isso não muda a decisão de vender os ativos argentinos, diz Campos.
Depois da divulgação do resultado, as ações da ALL negociadas em bolsa acumularam alta de 2,41% em relação ao fechamento anterior, para R$ 10,60. O mercado espera bons números da companhia para este ano, influenciados - entre outros motivos - pela boa movimentação de commodities agrícolas e pela expansão de um ramal ferroviário em Rondonópolis (que inaugura as operações em junho, de acordo com a previsão da companhia). Em 2013, até ontem, o papel sobe 28,58%. Em 12 meses, 22,11%.
Para o resto do ano, a ALL mantém previsões positivas - visão corroborada por analistas. Além da previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que calcula crescimento de 22% para a safra agrícola em 2013, a ALL prevê no total aumento de 27% na primeira safra de grãos (milho e soja) em sua área de cobertura, cuja colheita ocorre até abril, na comparação anual. Em 2012, a primeira safra de grãos havia caído 17%, contra um ano antes. No segmento industrial, o ano deve ser beneficiado pelo contrato recém-firmado com a Eldorado, de papel e celulose.