Saber escolher o pacote mais adequado às necessidades é fundamental para baratear
Contratar serviços adicionais, como assistência 24 horas e residencial, pode encarecer o seguro do veículo em até 10%, afirmam seguradoras ouvidas pela Folha.
Por isso, saber escolher o pacote mais adequado às necessidades é fundamental para baratear a apólice.
Na avaliação de Cláudio Royo, sócio da corretora Brasil Insurance, a assistência 24 horas é um dos benefícios considerados úteis à maioria dos motoristas, pois garante auxílio técnico e até guincho em casos como pneu furado ou pane geral. Mas é importante ficar atento à quilometragem contratada.
"Muitos fazem cobertura de 100 quilômetros. Só que quem viaja, por exemplo, costuma percorrer distâncias maiores e acaba pagando do bolso a diferença em caso de uso do guincho", diz Royo.
Para quem viaja frequentemente, portanto, Royo recomenda cobertura de pelo menos 200 quilômetros.
Assistência residencial, que prevê conserto de eletrodomésticos e serviço de encanador, por exemplo, pode ser uma forma de o segurado aproveitar o dinheiro pago na apólice mesmo sem ter sofrido um acidente.
"Apenas 10% dos clientes que contratam um seguro de veículos têm algum tipo de sinistro", diz Marcelo Sebastião, diretor da área de Auto da Porto Seguro.
O planejador financeiro Valter Police, porém, alerta para o risco de perda de dinheiro. "Muitas pessoas já têm seguro residencial e não precisam da assistência complementar. Os serviços adicionais costumam ser bom negócio, mas é preciso colocar tudo na ponta do lápis."
Antonio Penteado Mendonça, especialista em seguros da FIA, entidade privada ligada à USP, acrescenta que há coberturas adicionais consideradas menos relevantes, como a retirada de bagagem em aeroportos. "Pode ser um gasto extra desnecessário."
ATUALIZAÇÃO DE DADOS
Outro aspecto importante em relação ao seguro de veículo é o cliente manter atualizados os dados cadastrais, como local de residência e trabalho, sob risco de perder as indenizações contratadas.
"A pessoa que se mudou para um bairro com risco maior que o anterior, não avisou a seguradora e teve o carro roubado lá, pode não ser indenizada", afirma o corretor independente Adilson Quintino.
Outro item a ser considerado na contratação é a cobertura de danos materiais e morais a terceiros.
Em São Paulo, o condutor que faz um seguro contrata, em média, R$ 70 mil para essa finalidade, diz Ney Dias, diretor-geral do Itaú Seguros de Auto e Residência.
"Mas dificilmente uma indenização a terceiros por acidente de trânsito estipulada judicialmente fica abaixo de R$ 110 mil quando há morte."
Assim, para minimizar eventuais prejuízos, o valor da cobertura de terceiros contratada deve ser, pelo menos, 50% maior que o pago pelo carro, dizem especialistas.
"O ideal seriam R$ 100 mil. Muitas pessoas contratam uma cobertura baixa e, quando batem em um carro importado, têm de colocar dinheiro do próprio bolso", diz Police.