A invasão da Ucrânia pela Rússia, a Democracia e o Brasil*

Publicado em
07 de Março de 2022
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*Artigo escrito por Paulo Roberto Guedes – 03.03.22
 
Em virtude do avanço tecnológico, dos diversos desastres climáticos observados e da pandemia, já não havia qualquer dúvida quanto as profundas mudanças que se processariam em toda a sociedade mundial. E em todos os aspectos. Agora, diante da invasão da Ucrânia pela Rússia, parece estar claro que o mundo todo, nos próximos cinco ou dez anos, ainda terá que assimilar novos e significativos impactos, geopolíticos, econômicos e sociais. Inclusive com uma possível mudança na ordem mundial. O mundo vive dias ‘incríveis’.
 
Diante das atuais circunstâncias tem sido unânime o entendimento de que no curto e médio prazos, o ritmo de crescimento econômico mundial será muito menor, haverá falta de diversos produtos, a inflação será maior e os investimentos declinarão, em níveis maiores ou menores dependendo da evolução do conflito. Consequente e inevitavelmente, também haverá desorganização de grande parte do setor produtivo e, em face de significativa desestruturação das cadeias de abastecimento em todo o mundo, aumentos significativos nos fretes e nos transportes, como já vinha ocorrendo desde o início da pandemia (1). 
 
Fechamento de espaços aéreos, suspensão de voos de e para a Rússia e Bielorussia, suspensão de operações das maiores empresas de contêineres do mundo nos portos russos etc., são exemplos que ilustram como poderão ser aumentadas as dificuldades para que se realizem operações logísticas com eficiência e baixos custos (2).
 
E se é claro que as interrupções na produção e nas cadeias de abastecimento, bem como as dificuldades logísticas correspondentes que se apresentam, não são desejadas por ninguém, muito menos por aqueles diretamente envolvidos nos mercados mais afetados pelo conflito, há que se considerar que os riscos, mais do que isso, as incertezas, são globais e totais. Como alguém já escreveu, “o risco tem, como uma de suas principais características, a possibilidade de ser calculado ou estimado, enquanto a incerteza, como diz a própria palavra, não permite estimativas ou realização de cálculos”. Lamentavelmente, a partir do médio prazo, os impactos serão percebidos em todos os mercados. Com maior ou menor intensidade, dependendo do produto, da região ou do país, mas sem dúvida em todo o mundo.
 
As reações, evidentemente, serão as mais inesperadas possíveis e a cautela deverá imperar no mercado mundial. Veja-se que mesmo considerando o fato de que as sanções impostos pelo Ocidente à Rússia não incluíram – pelo menos até agora - medidas que afetem os mercados de alimentos e de energia, a orientação dos bancos, dos exportadores e importadores de grãos e das empresas de logística é para que se evite operar com produtos russos de uma forma geral, posto que são claras as possibilidades de se estar ‘desrespeitando’ as sanções aplicadas. 
Aliás, como reagirão governos, empresas e grandes homens de negócios, de uma forma geral e mais notadamente aqueles do mundo ocidental, diante de fatos concretos que mostram intransigência e a realização de atrocidades que submetem todo o povo ucraniano a uma situação de sofrimento, miséria e humilhação? Nos dizeres de Fiona Hill (3), em troca de vantagens políticas e econômicas e em detrimento da segurança das nações, inclusive das suas próprias, estarão as empresas privadas dispostas a manter os “velhos padrões históricos”, isto é, como admiradores e apaixonados pela ‘força’ dos autocratas e dos ditadores de plantão, colaborando para que eles se fortaleçam ainda mais? 
 
Felizmente, como indicam os noticiários, são vários os governos e as empresas multinacionais, em todo o mundo, que estão “tomando partido” e, no caso, adotando diversos tipos de sanções empresariais ou, até, suspendendo suas operações no país agressor (4). Para que não paire dúvidas ou se classifique este texto como ‘neutro’, o país agressor é a Rússia. Importante: posição de neutralidade também é uma decisão política e, como tal, gera consequências.
 
De fato, o assunto é complexo e há inúmeras outras questões a se considerar. Não sou especialista em relações internacionais mas me permito citar alguns exemplos: a) mesmo que aliado à Rússia, há algum país que não se importa quando direitos já consagrados nas leis internacionais, como é o caso da soberania territorial de um país, sejam violados? b) invadir países ou fazer ameaças nucleares, como agora fez a Rússia, é atitude compatível quando se quer construir um mundo de paz e no qual disputas internacionais podem ser negociadas e/ou discutidas diplomaticamente? c) o que hoje estaria valendo para a Rússia seria permitido para quaisquer outras grandes potências no futuro, principalmente quando se tem adversários mais fracos? d) estarão, empresários e banqueiros russos, hoje totalmente interdependentes do comercio e da economia mundiais, em especial do mundo ocidental, dispostos a correr os riscos diante das sanções aplicadas e outras que virão? e) buscarão os países diminuir suas dependências com relação a determinados produtos ou de determinadas regiões, como são os casos do gás russo para a Europa e o fertilizante russo para o Brasil? f) mesmo que no momento haja muita ‘boa vontade’ dos países que tem fronteiras com a Ucrânia em receber ucranianos, quais são os limites, tanto no que diz respeito aos recursos necessários para tal, como da paciência dos povos locais?   
 
Infelizmente, em face das circunstâncias atuais – terríveis -, dos discursos de Putin e da complicada negociação de paz que se iniciou, as sanções proclamadas e apoiadas pela maioria dos países do mundo ocidental (5) tem sido cada vez mais ‘duras’ e ‘contrárias’ aos interesses da Rússia, elevando, como consequência, os níveis de tensão.
 
Muitos dizem que o presidente russo, Vladimir Putin (6), e até de acordo com o que pensa o Kremlin (7), sempre teve como objetivo claro a reconstrução do império soviético, e muita determinação para alcança-lo, não importando os meios e, muito menos, se os objetivos buscados estão de acordo com princípios reconhecidos na legislação e nos acordos internacionais que regulam as relações entre países. Diz-se, também, que a invasão da Ucrânia pela Rússia somente foi possível porque o mundo ocidental tem se mostrado sem direção, fraco e sem liderança. Pode ter sido no início, mas a meu ver não é o que parece agora, quando se constatam as reações dos principais países do mundo e de diversos organismos internacionais, bem como o número de sanções aplicadas. Mas vale conferir.
 
E, como também demonstram os noticiários atuais, muitos fatos são contrários às intenções de Putin. O maior exemplo disso é que, mesmo sabendo-se que a cidade de Kiev, em algum momento sucumbirá ao poderio russo, a resistência ucraniana mostra-se acima do esperado, estimulando um sentimento nacionalista digno de elogios. E some-se a isso o fato de que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, com comunicação clara e objetiva, com coragem e confiança, além de conseguir unir toda a população ucraniana em torno da defesa da Nação, também obteve apoios significativos, dos principais países e organismos internacionais.  
 
Mesmo uma grande parcela dos russos, contrária à invasão, tem-se revoltado e se manifestado em toda a Rússia, de forma firme e veemente. Sem dúvida, um grande problema interno a ser – ou não – resolvido.
 
Seguem-se outras indagações pertinentes e extremamente importantes. Diante da eminente queda do ‘rublo’, como agirão as empresas russas, considerando que elas e o próprio Banco Central Russo terão cada vez mais dificuldades para movimentar seus recursos no estrangeiro? O que a China quer dizer quando, mesmo sem criticar diretamente a Rússia, defende a integridade e a soberania de todos os países, opta pela abstenção na votação da ONU que condenou a invasão russa e abre diálogo com a Ucrânia? Será apenas demonstração de empatia diante do sofrimento ucraniano (8)? A chamada oligarquia russa, que começa a perceber dificuldades e obstáculos para manter incólumes suas empresas e seus investimentos, notadamente no exterior, que visualizam rápida deterioração política e econômica, local e mundial, e que de uma forma ou de outra também passa a ser pressionada pelo mundo ocidental, manter-se-á “indiferente” e apoiando Putin? Mesmo considerando o poder atual do governo russo, o uso de força e a disposição de reprimir qualquer tipo de ‘desobediência’, até quando será possível manter essa situação? 
 
Por outro lado, os impactos no Brasil são razoavelmente conhecidos. Como eu já havia escrito, ainda antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, eram grandes as possibilidades de que o Brasil, neste ano, entrasse em um período de estagflação (queda no ritmo de crescimento econômico e inflação ao mesmo tempo). E por motivos diversos: pandemia que ainda não terminou, falta de investimentos (públicos e privados) em volumes compatíveis com a necessidade brasileira, inflação, juros e desemprego em patamares ainda muito altos, baixa produtividade e baixo crescimento, finanças públicas ainda em estado extremamente difícil e incertezas políticas, considerando que 2022 é ano eleitoral e o Congresso Nacional, assim como o Executivo só se ocupam com suas próprias campanhas políticas. Não à toa, as reformas estruturais necessárias para que o Brasil melhore suas condições de competitividade e de atração ao capital privado, foram todas prorrogadas para o ano de 2023. É evidente que agora, considerando o cenário mundial, as probabilidades de uma estagflação são bem maiores.
 
Enquanto as previsões de crescimento do PIB brasileiro já estão consolidadas nos 0,3% para este ano, a inflação prevista é de 5,6%, acima dos 3,5% do centro da meta, o câmbio deverá alcançar os R$ 5,50 e a taxa Selic, considerando que o Comitê de Política Monetária comprometeu-se a ‘segurar’ a inflação de qualquer jeito, deverá ficar acima dos 12% aa. Consequências imediatas: manutenção do desemprego em níveis muito altos, diminuição do consumo e dos investimentos e crescimento econômico muito abaixo das necessidades nacionais. 
 
E caso haja piora nos fluxos internacionais de investimentos e de financiamento, já não tão bons por causa da pandemia, espera-se uma seletividade ainda maior, o que obrigará o Brasil, caso queira ser o destinatário final desses recursos, mostrar que, além de possuir reais condições de mercado e de estabilidade política e econômica, posicionar-se de forma favorável ao que defendem os países democráticos do mundo ocidental. 
Com relação a isso, é importante observar que nosso País não “está bem na fita”, pois o presidente Bolsonaro tem demonstrado apoio a Putin. Apenas para aumentar ainda mais este lamento, o principal candidato brasileiro nas próximas eleições presidenciais, pelo menos até agora, o Sr. Lula, também é da mesma opinião. Não à toa, em por diversas vezes, nossos diplomatas vêm demonstrando preocupação com a falta de clareza do governo federal com relação ao tema.
 
Portanto, arrisco-me a dizer que além dos impactos de médio e curto-prazo gerados pela invasão da Ucrânia pela Rússia, aqui expostos de forma bastante resumida, muitos outros problemas, à mais longo prazo, precisarão ser equacionados, uma vez que se está mexendo no equilíbrio do poder global existente até agora. Socorrendo-me das palavras de Thomas L. Friedman (9), “o mundo nunca mais será o mesmo”, posto que “Putin não está só pretendendo reescrever unilateralmente as regras do sistema internacional que estão em vigor desde a 2.ª Guerra – nas quais nenhuma nação pode simplesmente engolfar a nação ao lado – ele também está disposto a alterar o equilíbrio de poder que ele sente ter sido imposto à Rússia após a Guerra Fria”.
 
Notadamente a partir do início deste século, e mais agora à partir da pandemia do Covid-19, muito tem sido dito a respeito dos problemas enfrentados pela Democracia e o Estado de Direito (10) e, como consequência, a criação de maiores espaços para o surgimento de governos autocráticos. E não interessa a esses manter a ordem internacional atual, em cujas regras e normas não se permite, por exemplo, avançar sobre territórios soberanos. Diante disso eu tenho escrito artigos na defesa do Estado Democrático de Direito (11), pois considero, mesmo com as complicações conhecidas, o melhor caminho para se organizar uma sociedade que, além de respeitar o direito e a liberdade, é o que mais próximo está de alcançar melhorias de vida para todos.  
 
Putin ordenou que seus exércitos marchassem diretamente para a capital Kiev de forma a captura-la, pois uma eventual entrada da Ucrânia na OTAN ameaçaria toda a Rússia. Mentindo de forma descarada e inventando que a Ucrânia, governada por neonazistas era financiada pelo Ocidente e praticava genocídio contra cidadãos russos que viviam nas províncias ucranianas, Putin, contra tudo (ele violou princípios que, de um jeito ou de outro, ainda mantêm paz razoável no mundo de hoje) e todos aqueles que aconselhavam a negociação, e sem quaisquer provocações, ordenou a invasão. Em sua versão, os inimigos da Rússia são OTAN e Estados Unidos que, ao que parece, não permitirão avanços maiores dos russos.
 
Não tenho qualquer dúvida que dentre os objetivos maiores de Vladimir Putin, que tem planejado isso já há algum tempo e cuja invasão da Ucrânia é mais um ‘ato’, é impedir o avanço dos valores democráticos e liberais em regiões próximas ou vizinhas do território russo (12). Como escreveu Fareed Zakaria em artigo traduzido por Guilherme Russo e publicado no Estadão de 26 pp (“Motivos para defender a democracia”), a “reação de Putin é um esforço sangrento e brutal para estancar maré liberal que avança pelos vizinhos”.
 
O fato é que depois de conseguir se livrar das amarras impostas pela antiga União Soviética, a Ucrânia decidiu, já em 2014 (momento em que a Rússia invadiu a Ucrânia pela primeira vez e se apropriou da Criméia), aproximar-se do Ocidente e estabelecer no país, um regime democrático. Isso não está ‘a gosto’ de Putin. Esse conflito, sem data para terminar e com abrangência e profundidade também desconhecidas, irá alterar a economia e a ordem mundial.
 
(1) Fretes marítimos em alta desde o início da pandemia, enfatizado ainda mais a partir do segundo semestre de 2020, quando uma ligeira retomada na demanda – após a paralisação comercial havida em todo o mundo – começou a exigir volumes crescentes dos serviços logísticos. E essa pressão, sobre transporte, portos, aeroportos, armazéns e serviços correlatos, fizeram seus preços aumentarem. Como exemplo, os custos dos fretes de importação de produtos desde a Ásia para o Brasil, foram multiplicados por seis, considerando-se os preços que eram praticados no início de 2020.
 
(2) As forças armadas da Ucrânia suspenderam o transporte comercial em seus portos depois que as forças russas invadiram o país, alimentando o medo de interrupção no fornecimento dos principais exportadores de grãos e oleaginosas; A Rússia suspendeu o movimento de navios comerciais no Mar de Azov até novo aviso, mas manteve os portos russos no Mar Negro abertos para navegação; A atividade portuária e o comércio exterior terão problemas e sofrerão impactos diretos; A situação preocupa no setor de importação de grãos e fertilizantes: de 11,5 milhões de toneladas de fertilizantes importados em 2021, cerca de 20% (2,4 milhões) vieram da Rússia.
 
(3) Não fosse somente isso, como nos explica Fiona Hill, ex-assessora de governos democráticos e republicanos nos Estados Unidos, e profunda conhecedora da Rússia (entrevista concedida à jornalista Maura Reynolds e publicada dia 28 pp no site Político Magazine): “Infelizmente, estamos voltando a velhos padrões históricos que dissemos que nunca permitiríamos que acontecessem novamente”. “Velhos padrões históricos”, segundo Hill, “incluem empresas ocidentais que não conseguem perceber o quanto elas ajudam para a construção de um ‘baú de guerra de um tirano’, sempre que, transformados em admiradores e apaixonados pela “força” do autocrata, apenas buscam obter ganhos políticos e econômicos, em vez de trabalhar pela segurança da  nação. A entrevista de Fiona Hill, ex-assessora de diversos governos – democratas e republicanos nos EUA -  foi editada pela jornalista Maura Reynolds no site Política Magazine, dia 28/02/22.
 
(4) Entraves para a realização de atividades relacionadas ao comércio internacional (compras, vendas, financiamentos, pagamentos etc.), impossibilidade de participar do Swift, dificuldades para acesso à tudo que se refere ao desenvolvimento tecnológico e aos produtos de alta-tecnologia etc. Em resposta à guerra, um conjunto enorme de sanções empresariais tem sido aplicado e abrange quase todas as atividades produtivas. Ao mesmo tempo que anunciam a suspensão de suas transações no país elas deixam de investir: “Todas as empresas vão começar a se preocupar com sanções. Não é mais uma questão de ser lucrativo ou não estar na Rússia. Para a maioria das empresas vai se tornar legalmente impossível”, escreveu o professor de Relações Internacionais da FGV, Eduardo Mello (Estadão de 03.03.22);
 
(5) Embora sem poder de intervenção, pois isso não ocorreu no Conselho de Segurança, a Assembleia-Geral da ONU, dia 02 pp, aprovou resolução que condena a invasão da Ucrânia pela Rússia, aumentando ainda mais a pressão sobre Putin. Na votação, apenas 5 votos foram a favor da Rússia: Síria, Eritréia, Belarus, Coreia do Norte e a própria Rússia. 35 países se abstiveram de votar (incluindo-se aí a China) e 141 votos foram a favor da condenação. O Brasil votou a favor da condenação.
 
(6) O historiador Paul Johnson disse que Putin, treinado na KGB, é “mentiroso, falsificador e intimidador profissional, cujos instintos são uma mescla brilhante de desaforo e enganação”. E complementou: por ter a “vassalagem da antiga hierarquia soviética e o apoio de uma parte importante da opinião pública”, Putin pode, portanto, “posar como um populista e agir como um tirano.”
 
(7) “O Kremlin interpretaria cada aspecto dos assuntos internacionais à luz da doutrina soviética sobre uma batalha para adquirir algum tipo de vantagem entre o que Stálin tinha chamado “dois centros de importância mundial”, o capitalismo e o comunismo, cuja disputa global era inevitável e que só poderia terminar com um único vencedor. Eles acreditavam que a batalha era inevitável e, desse modo, agiam movidos por essa crença”. Do livro “Ordem Mundial”, de Henry Kissinger, 2015, Ed. Objetiva (pg.286).
 
(8) Escreveu o jornalista Thomas L. Friedman, conforme artigo publicado no Estadão dia 28 pp (“Bem-vindo à guerra mundial conectada”), ao reproduzir resposta dada pelo seu amigo Nader Mousavizadeh, fundador e CEO da Macro Advisory Partners Global Consulting: “Os interesses da China e da Rússia hoje não são idênticos. A China quer competir com os EUA no SuperBowl da economia, inovação e tecnologia. E acha que pode vencer. Putin está pronto para incendiar o estádio e matar todos nele para satisfazer suas queixas”. 
 
(9) “Bem-vindo à Guerra Mundial Conectada” é o nome do texto publicado por Friedman no Estadão do último dia 28, no qual ele diz: “testemunhamos uma apropriação de terras do século 18 por uma superpotência, no século 21, onde tudo é rapidamente documentado e difundido”. “Você nunca viu isso antes”, pois “esta guerra não tem paralelo histórico”. 
 
(10) “Democracias doentes”, editorial do Estadão publicado dia 01/03/22: “O vírus foi tóxico para a democracia global e tônico para a autocracia. Mas ele atingiu uma democracia já em degradação e uma autocracia em ascensão. A autocracia global, liderada pela China, não retrocederá num futuro próximo. A grande dúvida é se as democracias conseguirão sanar suas comorbidades e eliminar os patógenos que as consomem. O Brasil padece da mesmíssima enfermidade e paira sobre ele a mesma incerteza. Mas uma coisa é certa: o seu presidente, longe de ser parte da cura, é o agente mais virulento da doença”.
 
(11) “Preservar a Democracia e o Estado de Direito ainda é o melhor caminho a ser trilhado pelo Brasil” foi um dos últimos artigos publicados a respeito (Site do Guia do TRC de 19/01/22).
 
(12) Entrevistada pela jornalista Maura Reynolds (Política Magazine de 28 pp), Fiona Hill, assessora de governos republicanos e democratas nos Estados Unidos, e especialista em Rússia disse: “acho que houve um plano lógico e metódico que remonta a um longo caminho, pelo menos até 2007, quando ele (Putin) avisou o mundo, e certamente a Europa, de que Moscou não aceitaria a expansão da OTAN”. Ressalte-se, também, que em publicações mais recentes Putin insistiu na afirmação de que “os povos ucraniano e russo são “um só povo”. Pois é, isso significa dizer que o mundo russo - todos aqueles que falam russo, mesmo de diferentes lugares -, precisarão se reunir, em algum momento, para fazerem parte do czarismo russo? Aliás, o que acontece com a Bielorrússia, totalmente controlado por Moscou?
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