A greve da RFB e a carga parada

Publicado em
07 de Novembro de 2016
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Sindasp compara: cenário de caos dos anos 90 se repete com cargas na chuva em Guarulhos

“A cena é de arrepiar quem trabalha com o comércio exterior e viveu o boom de importação que teve início por volta de 1994, no Brasil”, comparou o Sindasp (Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo), em artigo da própria entidade, transcrito abaixo na íntegra.

Durante alguns anos, após o início do crescimento desenfreado das importações brasileiras à época, as cargas ocupavam os espaços destinados ao estacionamento dos aviões, nos pátios dos aeroportos. Caixas eram perdidas nos espaços, A chuva e o vento se incumbiam de acabar com o que sobrava.

Os aeroportos, administrados pela Infraero naquele longínquo período, não conseguiam atender à demanda e construir os armazéns para abrigar a carga excedente, por conta da falta de agilidade necessária, que esbarrava no engessamento das licitações enquanto empresa pública.

O cenário visto ontem, quinta-feira, 03/11/16, no Aeroporto de Guarulhos (foto), fez lembrar exatamente os anos 90. Mas, desta vez, o motivo era diferente: a greve da Receita Federal.

Por conta do movimento grevista, cargas foram flagradas nos pátios de aeronaves, tal qual nos anos 90. “Todos os importadores – e também a categoria dos Despachantes Aduaneiros que os representam - estão com um prejuízo muito grande. O aeroporto de Guarulhos não tem mais condições de armazenar a carga. Esperamos que esse movimento termine o mais rápido possível”, alertou na tarde de ontem, 03/11, Marcos Farneze, presidente do Sindasp – Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo.

O alerta do Sindasp ganhou corpo ecoando a voz de seus associados que funcionam na ponta da linha nos principais Portos e Aeroportos cargueiros brasileiros. “Somente hoje (03) recebemos mais de 20 mensagens com reclamações de Despachantes Aduaneiros sobre problemas com a Receita Federal”, anunciou Marcos Farneze, presidente do Sindasp – Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo.

Sob a visão macro do processo o prejuízo pode ser ainda maior no futuro, como explica Valdir Santos, diretor do SINDASP - Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo. “Exatamente no momento em que o Brasil inicia um processo de renovação, a fim de buscar credibilidade no exterior, a Receita Federal não segue esse esforço. O mesmo acontece com a ANVISA, na qual os números de tempo de liberação voltam a se aproximar dos níveis inaceitáveis do início do ano”, conclui Valdir Santos

O Sindasp aguarda deferimento de um mandado de segurança para liberar cargas nos aeroportos, que tramita na 9ª Vara Cível da Seção Judiciária de São Paulo.

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