A falta de mão de obra qualificada

Publicado em
17 de Maio de 2013
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A falta de mão de obra qualificada para operar equipamentos que movimentam cargas nos portos do País já preocupa os empresários. Segundo José Cândido Senna, coordenador-geral do Comitê de Usuários de Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo (Comus), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), "há uma defasagem grande entre a capacitação do trabalhador portuário e as exigências trazidas pelas novas tecnologias incorporadas aos portos pela iniciativa privada". O temor do coordenador do Comus é que esta falta de qualificação iniba os investimentos privados nos terminais.

Hoje, os trabalhadores portuários são provenientes, prioritariamente, do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo). Porém, a MP dos Portos 595 prevê que os portos privados poderão ignorar esta determinação e ir ao mercado para contratar seus trabalhadores. Para Senna, esta seria a garantia que o empresário necessita. Além da falta de qualificação, outro receio relativo ao modelo atual de contratação recai sobre a possibilidade de os terminais privados terem de empregar profissionais ociosos do Ogmo."O uso de mão de obra é cada vez menor por causa do nível de automação dos novos guindastes e demais equipamentos de movimentação. O empresário não pode ser obrigado a contratar um número de trabalhadores acima do que realmente necessita", diz.

As discussões envolvendo os trabalhadores portuários estão quentes. Ontem, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) informou que irá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que a mão de obra fornecida pelo Ogmo não perca garantias. O deputado teve negado destaque à MP 595 que obrigava os portos privados a utilizarem os trabalhadores do Ogmo. O legislador argumentou que a maior liberdade dada aos privados prejudicaria os públicos. "Os portos públicos vão quebrar, não têm como competir", disse o deputado.

Para Senna, há vantagens e desvantagens para ambos os lados. Eventuais vantagens que os portos privados venham a ter com a maior flexibilidade na contratação serão equilibradas pelos maiores custos que terão quando tiverem de fazer as dragagens. "Já nos portos públicos a dragagem é paga pelos contribuintes", lembra.

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