A economia está com o motor emperrado

Publicado em
19 de Junho de 2013
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Com a economia em marcha lenta, as 500 maiores empresas do Brasil cresceram 1,8% no ano passado, pouco acima da expansão do PIB — que, aliás, ainda não deu sinais de reação em 2013

Ana Paula Ribeiro, de 
 

Fábrica da P%26G

Consumo firme: a P&G mantém expectativa de crescimento da receita em 2013

O governo levou uma ducha de água fria ao receber, no fim de maio, os dados de expansão do produto interno bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano. De janeiro a março, a economia brasileira cresceu 0,6% em relação aos três últimos meses do ano passado.

Foi um resultado frustrante — Brasília esperava expansão de 1% — e levou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a admitir que o governo “certamente” terá de rever para baixo a previsão de umcrescimento do PIB de 3,5% em 2013. Essa revisão já estava nas contas de boa parte da elite empresarial do Brasil.

Um levantamento realizado entre abril e maio por Melhores e Maiores, de EXAME, com os presidentes das maiores companhias do país, revela que a grande maioria — 87% — acredita que o PIB brasileiro crescerá menos de 3% neste ano. Em conjunto, as 500 maiores empresas do país tiveram receita líquida de pouco mais de 1 trilhão de dólares em 2012, um crescimento de apenas 1,8% sobre o ano anterior — de 2010 a 2011, o avanço havia sido de 7,3%.

O pior número apareceu na última linha do balanço. Em 2012, as 500 maiores empresas somaram um lucro de 34 bilhões de dólares, metade do valor obtido no ano anterior. Os dados serão analisa­dos em detalhes na edição de 40 anos de ­Melhores e Maiores, que será pu­blicada por EXAME­ no início de julho.

No mesmo dia do anúncio do baixo crescimento do PIB, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou um dado aparentemente positivo em meio à safra de notícias ruins: o aumento da capacidade produtiva da economia por meio da elevação dos investimentos em máquinas e equipamentos.

Esse investimento cresceu 4,6% no primeiro trimestre em relação aos três últimos meses de 2012. Embora isso sinalize uma melhora das condições para o país sustentar um crescimento no longo prazo, a avaliação dos analistas é que a expansão só ocorreu porque a base de comparação é fraca.

“Não vejo o investimento se repetir na mesma magnitude nos próximos trimestres”, afirma Jankiel Santos, economista-chefe do Banco Espírito Santo Investimento.

Otimismo e cautela

Mesmo com a economia do país em marcha lenta, há quem aposte que 2013 será o ano da recuperação — pelo menos do próprio negócio. Quatro em cada dez presidentes ouvidos na pesquisa de MELHORES E MAIORES esperam que sua empresa cresça mais de 10% neste ano.

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