Setor de locação de máquinas e equipamentos já emite sinais de melhora, embora o fluxo de trabalho ainda não esteja ocorrendo da forma esperada e também necessária
O setor de locação de equipamentos da Linha Amarela apresentou sinais de recuperação no primeiro semestre de 2018. Embora a retomada ainda não esteja condizente com o esperado e muitos contratos sejam de curto prazo, alguns representantes do setor de locação entrevistados pela Revista M&T relatam uma melhora sensível nos negócios em relação a 2017. A sensação é que, se no ano passado as locadoras estavam estagnadas e quase sem trabalho, agora já começam ao menos a faturar algo.
Para José Antônio Spinassé, diretor da Luna Locações e Transportes e também diretor da Associação Paulista dos Empreiteiros e Locadores de Máquinas de Terraplenagem e Ar Comprimido (Apelmat), no ano passado as empresas de São Paulo trabalharam com aproximadamente de 25% a 30% da frota, com essa estimativa se elevando para uma média de 40% atualmente. “Entre as locadoras de Linha Amarela, contudo, nenhuma ainda chegou a 50% no setor da construção”, estima. “Pode ser que as prestadoras de serviço para o agronegócio estejam com percentual mais alto, mas estão estabelecidas em cidades mais afastadas da capital.”
Locadoras estão faturando o mínimo necessário para manter-se no mercado, diz diretor da Apelmat
De acordo com ele, o locador ainda está tentando fazer seu negócio sobreviver, enquanto não há uma retomada mais consistente. Assim, as frotas estão sendo alugadas, por exemplo, para trabalhar em obras de infraestrutura de saneamento – como córregos em fase de canalização ou desassoreamento – ou obras da iniciativa privada, como escavações para construção predial, reformas e construções pequenas. Além disso, estão sendo realizadas algumas obras rodoviárias no interior de São Paulo.
Em outras palavras, Spinassé se arrisca a dizer que as empresas de locação estão faturando o mínimo necessário para manter-se sem apertos. “Se essas obras continuarem e forem mantidas as atuais porcentagens de trabalho, o mercado de locação certamente caminhará para uma retomada gradual”, avalia. “Nosso anseio é que o crescimento seja sustentável e a tendência de recuperação da economia se mantenha sem retrocessos nos próximos anos.”
SOBREVIVÊNCIA
O dirigente torce para que haja uma melhora na quantidade de trabalho que, ao menos, dê condições para que as locadoras mantenham os equipamentos que restaram na frota, ao invés de os venderem por valores muito baixos, como infelizmente tem sido praticado. “A venda dos ativos tem sido uma saída para as locadoras e empreiteiras reduzirem o endividamento com instituições financeiras e continuarem sobrevivendo no mercado”, comenta.