2016: decepcionante. O que esperar para 2017?

Publicado em
24 de Novembro de 2016
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Associações apontam medidas, salientam entraves e pedem mudanças

A projeção econômica para o Brasil não é a melhor que se poderia esperar, fontes de pesquisa apontam uma retração de 3,4% ao final de 2016. Com previsões iniciais de crescimento e torno de 0,5% para 2017, as mesmas ainda estão condicionadas a aprovação de medidas políticas para limitar os gastos fiscais e da reforma da previdência.

Por conta dessas projeções, Murillo Barbosa, presidente da ATP (Associação de Terminais Portuários Privados) acredita que o Governo intensificará os esforços de reformas estruturais para aumentar o crescimento a longo prazo, incluindo nas áreas de política fiscal, do mercado de trabalho “e principalmente no setor de infraestrutura que muito nos interessa”.

Para Wilen Manteli, diretor-presidente da ABTP (Associação Brasileiras dos Terminais Portuários), na economia, o governo deverá fundar-se na valorização do trabalho e na livre iniciativa, que para ele tem dado sinais nesse sentido. “Será por meio desse binômio que poderemos gerar riqueza e assegurar a todos existência digna, como estabelece o artigo 170 da Constituição Federal. Ao estabelecer o indispensável teto das despesas públicas, o governo está no caminho correto”.

No campo político, ele destaca como fundamental o debate sobre a previdência social “para que possamos enfrentar as vergonhosas diferenças salariais e de aposentadoria entre os brasileiros”. Para ele, em um Estado Democrático de Direito, todos são iguais perante a lei, um instrumento social dirigido a toda coletividade. “Sua finalidade principal é fazer justiça e não criar privilégios. Esse será o grande desafio do presidente da República”.

Barbosa destaca ainda que “a medida que os planos do Governo são postos em prática e medidas mais austeras em discussão no Congresso, avalio que em 2017 o cenário econômico terá indicativos mais positivos e estáveis”. Para ele, esse é o ambiente que qualquer investidor vislumbra para poder alavancar seus projetos e também contribuir com a retomada do crescimento do país. “Portanto, vejo com otimismo que em 2017 será o início da recuperação da economia brasileira”.

Especificamente para os terminais, as associações que juntas se uniram a outras entidades com o intuito de pedir mudanças, apontam com um dos grandes desafios que a logística brasileira enfrenta a velha carência vivida: de infraestrutura.

“O escoamento da produção brasileira até o porto depende de ramais ferroviários e rodovias. Salvo alguns Estados, a grande maioria não atende a essa necessidade. Sem infraestrutura eficiente para escoar nossas mercadorias, as possibilidades de crescimento econômico são sempre mais difíceis”, diz Barbosa.

Já Manteli salienta a necessidade de reestruturação e uma definição: Quem é a autoridade maior dos portos? “Em segundo lugar, deixar claro o papel da Agência Nacional de Transportes Terrestres. Segundo a lei, a missão da Antaq é implementar as políticas públicas definidas pelo Ministério, dirimir conflitos, regular e fiscalizar, sempre de acordo com a lei. A terceira solução passa obrigatoriamente pela descentralização da gestão portuária”.

Para eles, no geral as demandas do setor clamam por maior liberdade, celeridade e produtividade. “Só assim é possível atrair investimentos e gerir os portos de forma a acompanhar as mudanças que ocorrem quase que diariamente nos terminais que concorrem com os portos brasileiros. Temos pressa porque o país tem pressa”, finaliza Manteli.

 

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