13ª Conferência Internacional sobre Açúcar e Etanol debate oportunidades e desafios do setor sucroenergético

Publicado em
29 de Outubro de 2013
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Nos dias 21 e 22 de outubro de 2013, a 13ª edição da Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e Etanol elevou o nível das discussões à favor do desenvolvimento do setor sucroenergético mundial. Prestigiado por mais de 730 autoridades, presidentes, executivos e empresários da cadeia de valor do açúcar e etanol, o evento reuniu representantes de mais de 30 países, reforçando o caráter global dos debates e apresentações.

Durante a abertura, que contou com a presença do deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame e de Mônika Bergamaschi, Secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, dentre diversas autoridades e entidades representativas do setor. Foi destacada a importância do setor para a economia brasileira, na geração de empregos e de renda para milhões de pessoas, além da participação essencial em uma matriz energética diversificada e sustentável. “Etanol e açúcar são o negócio do Brasil”, afirmou a Secretária.

Dr. Plinio Nastari, presidente da DATAGRO, abriu os trabalhos com palestra sobre o status da safra brasileira e mundial. Segundo o especialista, no Brasil a safra 2014/15 deve ter resultados relativamente semelhantes à atual, com variação para mais ou menos 20 milhões de toneladas na moagem de cana. “Na região Centro Sul já está sendo utilizadas 89% da capacidade de moagem, que é um dos fatores limitadores de oferta”, comentou. De acordo com ele, o resultado esperado para a próxima safra pode ser considerado consequência de uma desaceleração importante no ritmo de crescimento do setor brasileiro, uma vez que há poucos incentivos para investir em ampliação das capacidades agrícolas e industriais.

O presidente da DATAGRO comentou também sobre o excedente mundial de açúcar e preços da commodity, em avaliação positiva que indica recuperação, proporcionando o tom geral do evento. “O mercado está se regulando sozinho frente ao excedente global de açúcar. O equilíbrio entre oferta e demanda provavelmente ocorrerá em 2014/15”, afirmou Nastari, sinalizando aumento de rentabilidade e necessidade de investimentos.

De encontro a este cenário, durante o evento debates culminaram em consenso que um meio de aumentar rentabilidade e reduzir custos de produtores é investimento em tecnologia. Atualmente já estão disponíveis soluções comercialmente viáveis para incremento em produtividade e eficiência de processos, tanto agrícolas quanto industriais.

A 13ª Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e Etanol foi também palco de discussões acerca do papel do governo brasileiro na regulamentação e incentivo ao setor sucroenergético. Políticas públicas são essenciais para um mercado regulado e harmônico, e portanto qualquer saída do impasse causado pelo subsídio à gasolina em detrimento do etanol trará impactos à sociedade e à economia, concluíram especialistas.

A presidente da UNICA (União da Indústria de Cana de Açúcar), Dra. Elizabeth Farina, afirmou que a safra continua alcooleira, com mix de produção de 54,75% para etanol no acumulado da temporada. De acordo com ela, até o momento foram produzidos 20,19 bilhões de litros do biocombustível – 8,68 bilhões de litros de anidro e 11,50 bilhões de litros de hidratado – aumento total de 20,57% em relação ao mesmo período da safra passada. “O aumento da oferta de etanol reduz a necessidade de importação de gasolina, no entanto questiono: será que o etanol precisará manter-se competitivo frente a um combustível fóssil subsidiado?”, argumentou.

A crescente demanda por etanol ao redor do mundo e o fato de partilhar da mesma cadeia de produção do açúcar, ao menos no Brasil, torna cada vez mais inviável e inexata a precificação destes produtos agroindustriais separadamente. “Açúcar e etanol são complementares, já que a quantidade da produção de ambos depende diretamente da demanda de mercado, e a cadeia de produção é compartilhada e direcionada de acordo com os preços nacionais e internacionais”, comentou Dr. Peter Baron, diretor executivo da ISO (International Sugar Organization).

Sendo assim, por utilizarem a mesma matéria prima, há no Brasil uma correlação de preços entre açúcar e etanol. A existência de certa flexibilidade na percentagem de ATR que é destinado à produção de açúcar e etanol, dentro dos limites determinados pelas capacidades industriais de fabricação, ou seja, alterações no mix de produção ocorrem em resposta às variações nos preços relativos de cada produto, avaliados em base comum, geralmente açúcar cru equivalente. Reconhecer esta correlação é sinal de amadurecimento da indústria e reflexo do aumento de comércio internacional de açúcar e, principalmente, etanol.

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