100+: depois de preparar base, empresas de logísticas começam a experimentar no uso de TI

Publicado em
29 de Setembro de 2010
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Composto por negócios heterogêneos, que envolvem desde transportes de carga ferroviária até distribuição de gás natural e locação de automóveis, as empresas da categoria infraestrutura, transporte e logística mostraram bom desempenho na estruturação do seu processo de inovação. Além de emplacar uma de suas representantes - a América Latina Logística (ALL) - na lista das dez primeiras colocadas do ranking geral, o setor conseguiu se posicionar no terceiro lugar no quesito processo de inovação.

A TI da Unidas, vice-líder no segmento, vem se esforçando para pavimentar a trilha da inovação tecnológica. Com uma frota de 35 mil veículos e atuação na terceirização e gestão de frotas para corporações, além da locação de carros, a empresa se empenhou na eliminação de gargalos de infraestrutura, em especial os relacionados com a internet e com sua central de reservas. "Agimos da base para cima, de forma estruturada, para avançar na qualidade, redundância, disponibilidade e integridade dos dados, montando um ambiente capaz de suportar o negócio em regime 24 por sete", diz o CIO, João Vicente.

O momento é propício para movimentos arrojados. Fatores como crescimento da economia, Copa do Mundo, em 2014, e Olimpíada, em 2016, aumentam o potencial de expansão do negócio de terceirização e gestão de frotas. Com 40% do seu orçamento reservado a projetos considerados estratégicos (de experimentação e de crescimento), a empresa centrou foco nos sistemas de atendimento online, atenta à tendência de uso da web como ferramenta para reservas de produtos e serviços. Em um esforço de integração, com vistas a impulsionar as vendas e garantir ao cliente qualidade de atendimento, independentemente do canal de comunicação usado, a Unidas internalizou sua central de reservas, ao mesmo tempo em implementou sistema multicanal baseado em Protocolo de Inicialização de Sessão (SIP) rodando sobre plataforma aberta de telefonia.

Um dos pontos de destaque é a URA inteligente que direciona o cliente para as diversas áreas de atendimento. "O sistema reconhece, por exemplo, o telefone do cliente que liga, captura todo o seu histórico com a empresa, trazendo para a tela suas preferências em relação a carros, localidades em que esteve, entre outras informações", explica Vicente. O avanço da Unidas na rede mundial também se deu com investimentos na plataforma web services, o que permite integração do negócio com os processos de parceiros, como companhias aéreas e agências de viagem. Tal interatividade aumenta o escopo do negócio e seu volume de vendas.

No comando de 18 profissionais, Vicente considera que a TI está pronta para gerar e implementar iniciativas pioneiras. Ele informa que a empresa dispõe de estratégia bem-definida para pesquisar tecnologias e de métricas, embora não disponha de mecanismos para priorizar e aprovar projetos inovadores. "Todos os investimentos de TI são avaliados tendo por base objetivos, escopo e retorno para o negócio."

Hora de consolidar

Na MRS Logística, terceira do setor e 39ª no geral, o desafio de operar a tecnologia da informação por trás de uma estrutura composta por 3,8 mil funcionários, 550 locomotivas, 13,5 mil vagões e faturamento anual de R$ 3,5 bilhões não assusta Eliézer Tadeu Dore, gerente de TI da corporação. Nos últimos anos, ele comandou investimentos de grande impacto no negócio da MRS, muitos ainda em fase de expansão. Suas expectativas agora estão concentradas em consolidar esses recursos e investigar tecnologias emergentes que se aplicam ao setor de ferrovias. "O desafio é enxergar aquelas que valem o risco, considerando que o ciclo de vida encurtou muito", diz.

A importância da TI para o setor é grande pela necessidade de otimização do transporte de carga ferroviária. Na MRS, que escoa grandes volumes de minério de ferro e produtos siderúrgicos, os projetos se baseiam fortemente em telecomunicações e em telemetria, similar à usada nas corridas de Fórmula 1. É também pioneira no uso da tecnologia CBTC (communications-based train control), que provê à empresa um controle similar ao das torres dos aeroportos, monitorando, em tempo real, os movimentos dos trens. A ferramenta permite duplicar a capacidade de produção sem expandir as linhas. Outro conceito trazido da aeronáutica é a manutenção dos trens baseada em confiabilidade dos ativos.

Na MRS, inovação em TI é tudo o que agrega valor ao negócio, podendo se basear em estudos de otimização ou em tecnologias para ferrovias desenvolvidas ao redor do mundo. A empresa tem uma equipe de seis analistas de negócios dedicados à busca de novidades, trabalhando em conjunto com as áreas internas. As propostas passam por fase de maturação no escritório de projetos da companhia. "Na área de tecnologia, há outro escritório de projetos, focado na execução", afirma Dore. O modelo é apoiado por uma unidade de planejamento e controle de TI, criada há um ano para atuar junto com os analistas de negócios na formulação do planejamento estratégico da área. "O objetivo, além de ter a visão total do projeto, é enxergar no longo prazo os caminhos que a TI está tomando", explica o CIO.

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