Exmo. Sr. Governador José Serra,
Vimos lamentar, em nome das empresas de transporte de cargas que dependem de Autorização e Acompanhamentos Especiais para sua operação, um problema de gestão e coordenação que se repete a cada transmissão de trechos de estradas estaduais à operação por Concessionárias de Rodovias.
O caso em questão trata-se da transferência da operação do Sistema trabalhadores / Carvalho Pinto da DERSA para a ECOPISTAS - Concessionária pertencente ao GRUPO ECORODOVIAS.
Inexplicavelmente, tratando-se a DERSA de uma empresa subordinada ao Governo do Estado, mas aparentemente a título de retaliação pela privatização da operação do sistema, essa companhia abdicou de suas responsabilidades com pelo menos 48 horas de antecedência do prazo definido para a transferência da operação do Sistema para a Concessionária ECOPISTAS.
Pior, o fez no regime de terra arrasada, desmontando parte da infraestrutura, retirando equipamentos e tecnologias essenciais à operação das rodovias, ao funcionamento do sistema de arrecadação e atendimento ao usuário.
A Ecopistas, por sua vez, ainda que pertencente a um grupo experiente e sabedora das demandas dos usuários de um sistema como o em referência, não se acautelou de providências mínimas para que atividades essenciais, como a programação de travessia de cargas excepcionais, não tivessem sua operação interrompida e inviabilizada.
O fato é que há três dias, por conta da pressa da DERSA em se desvencilhar das suas responsabilidades e da falta de mínima infraestrutura da nova concessionária para fazer frente às demandas de rotina, o setor de cargas especiais sofre com um verdadeiro "apagão administrativo". Não se sabe com quem falar, não há telefones para contato. A única coisa que não parou de funcionar foi a arrecadação das taxas.
É razoável esperar, num ambiente de alguma competência e respeito ao contribuinte, que numa transmissão da administração de tamanha envergadura, as duas empresas, (DERSA e ECOPISTAS) tivessem um compartilhamento gerencial durante um determinado prazo (de pelo menos uma semana) para a transmissão dos serviços, de tal forma a evitar qualquer solução de continuidade no atendimento ao usuário e sem os enormes prejuízos causados a mais de uma dezena de transportadoras, para ficarmos apenas no segmento das cargas especiais, que tiveram o desenvolvimento de suas atividades prejudicadas pelo sumiço da DERSA.
Não se justifica numa estrutura institucional que abriga órgãos como a Secretaria dos Transportes, ARTESP, DER e DERSA, que não possa haver planejamento mínimo, capacidade gerencial e acima de tudo respeito ao usuário para evitar que "birras" anunciadas gerem tamanhos prejuízos ao setor produtivo, principalmente num momento de crise como o que agora enfrentamos.
Senhor Governador, sabedores que novos processos de concessão de rodovias estão e estarão em curso ainda durante seu mandato, esperamos que rápidas providências sejam tomadas para uma rápida normalização da situação no Sistema Trabalhadores / Carvalho Pinto e, que esta seja a última vez que tenhamos que assistir a esse desgoverno e desrespeito ao usuário de rodovias quando de suas transferências para gestão por concessionárias.
Nesse desafio, nos colocamos à sua inteira disposição para o que for necessário.
Atenciosamente,
João Batista Pinheiro Dominici
Vice-Presidente Executivo do SINDIPESA
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