Frete para o Amazonas é 546% mais caro que a  média brasileira

Publicado em
24 de Junho de 2015
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Envio custa até R$ 0,97 a tonelada por quilômetro contra  R$ 0,15 no restante do País

 

O Amazonas pratica o frete mais caro do País. Enquanto que nos demais Estados se paga em torno de R$ 0,15 a tonelada por quilômetro, o frete saindo do Pará com destino ao Amazonas tem custo médio de  R$ 0,97 por tonelada, ou 546% mais alto. Foi o que revelou o Mapa Brasileiro de Frete, realizado pela empresa Sontra Cargo. 

 

A pesquisa foi desenvolvida a partir de 524 mil cargas e 91 mil rotas analisadas durante um ano, entre os meses de maio de 2014 e maio de 2015. O Mapa Brasileiro de Frete é um projeto que busca compilar os principais dados do modal rodoviário no País e tem como objetivo prover ao setor informações mais apuradas do cenário logístico.

 

Ainda de acordo com o mapa, das 15 rotas com maior valor, sete têm origem ou destino nos Estados do Norte. A segunda com maior valor na região é a de Ceará (origem)-Amapá (destino), que paga R$ 0,58 e em seguida está Paraná (origem)-Rondônia (destino), que paga R$ 0,48. Todas, avaliando tonelada por quilômetro. 

 

Para o secretário-executivo do Sindicato das Empresas de Agenciamento, Logística e Transportes Aéreos e Rodoviários de Cargas do Estado do Amazonas (Setcam), Raimundo Augusto de Araújo,  vários motivos contribuem para esse resultado. “A nossa região apresenta questões geográficas das mais complexas do País. Vivemos numa ilha. O transportador tem que vir por balsa pela calha do Rio Amazonas, se vier do Pará ou do Rio Madeira, quando vem de Rondônia”, disse.

 

O secretário-executivo explicou ainda que quando a balsa vem de Belém (PA) com destino ao Amazonas, sobe o Rio Amazonas, o que demora em torno de cinco a seis dias para chegar a Manaus. Mas se esse tipo de modal vier de Rondônia, a balsa desce o Rio Madeira, o que leva três dias. “Esses são os dois caminhos que nos ligam para o resto Brasil”, disse. 

 

A segurança e  valor do diesel, segundo Araújo, são  determinantes para onerar  o frete. “Ainda temos a questão da insegurança no trajeto. Temos o custo com a escolta armada, para evitar a pirataria que é muito frequente no estreito de Breves, no Pará. E esse valor do frete é repassado para o consumidor”, explicou.

 

O empresário de horti-frúti da feira da Manaus Moderna Sérgio Reis critica alto custo do frete, principalmente. “Toda a minha mercadoria, eu diria 100% é de fora ou vem do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e até do Nordeste. Os produtos vêm de estrada até certo ponto, depois chegam até aqui de balsa ou navio”, disse. 

 

Reis explica que uma carga de 30 toneladas refrigerada vinda do Sul custa entre R$ 20 mil e R$ 23 mil. “Uma saca de 50 quilos de batata, custa R$ 38, só de frete, fora os encargos. De acordo com o estudo, as rotas mais caras entre cidades foram: São Paulo (origem) – Goiânia (destino), que paga R$ 0,49;  Amaparo/SP (origem) R$ 0,40 São Paulo (destino) e São José dos Campos (origem) R$ 0,39 São Paulo (destino).

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